Os regressos expectáveis de Jota e Rafael Leão e a inevitável alteração cirúrgica de Pedro Gonçalves por Romário Baró atestam a solidez competitiva da seleção portuguesa de futebol de sub-21 na ronda decisiva do Euro2021.

Em conferência de imprensa realizada ao final da tarde na Cidade do Futebol, em Oeiras, o treinador Rui Jorge anunciou apenas três novidades em relação ao lote dos 23 convocados presentes nos três jogos da fase de grupos realizada no final de março.

O médio Filipe Soares, do Moreirense, deu lugar a Romário Baró, do FC Porto, que tinha sido eleito uma vez durante a qualificação e fez três minutos como suplente utilizado no triunfo na Bielorrússia (2-0), em setembro de 2019, da segunda jornada do Grupo 7.

O requinte com bola do centrocampista dos ‘dragões’ promete colmatar a ausência de Pedro Gonçalves, melhor marcador da última edição da I Liga, com 23 golos pelo campeão Sporting, convocado na quinta-feira por Fernando Santos para o Euro2020.

Pedro Gonçalves prepara-se para fazer a estreia pela seleção ‘AA’, na qual já estiveram Gedson Fernandes, dos turcos do Galatasaray, e Francisco Trincão, dos espanhóis do FC Barcelona, ‘artilheiro’ da equipa lusa na primeira fase do Euro2021, com dois tentos.

O extremo sobressaiu perante a considerável versatilidade atacante de Portugal, que também reteve Dany Mota (Monza), Francisco Conceição (FC Porto), Gonçalo Ramos (Benfica) e Tiago Tomás (Sporting) para a ronda eliminatória e modificou dois nomes.

Jota, dos espanhóis do Valladolid, e Rafael Leão, dos italianos do AC Milan, até surgiram na convocatória de março, mas lesionaram-se nos seus clubes e foram substituídos no arranque do estágio por João Mário (FC Porto) e Gonçalo Ramos, respetivamente.

O desconcertante extremo pertence aos quadros do Benfica e é o terceiro com mais experiência acumulada nas seleções jovens (70 internacionalizações), atrás de Florentino (81) e Gedson (80), e somou três golos em nove aparições na fase de qualificação.

Já o dianteiro formado no Sporting marcou uma vez em seis partidas e constitui uma opção de luxo para Rui Jorge, surgindo em melhor ritmo competitivo do que Jota e podendo encaixar entre o 4-3-3 ou um meio-campo em losango com dois avançados.

O rendimento superlativo da zona intermediária numa caminhada com nota máxima rumo à fase a eliminar levou à permanência de Daniel Bragança (Sporting), Fábio Vieira (FC Porto), Florentino (Mónaco), Gedson (Galatasaray) e Vítor Ferreira (Wolverhampton).

O ‘pleno’ de vitórias sem qualquer golo sofrido diante de Croácia (1-0), Inglaterra (2-0) e Suíça (3-0) no Grupo D valeu o estatuto vigente de melhor defesa da prova, a par da Espanha e Dinamarca, nas ‘poules’ B e C, e inibiu mudanças no setor mais recuado.

Diogo Costa (FC Porto), João Virgínia (Everton) e Luís Maximiano (Sporting) corporizam um trio de guarda-redes inalterado desde o início deste ciclo, enquanto Diogo Leite (FC Porto), Diogo Queirós (Famalicão) e Tiago Djaló (Lille) compõem o eixo defensivo.

Há ainda quatro laterais direitos de raiz convocados, mas, se Thierry Correia (Valência) e Tomás Tavares (Farense) são opções prediletas nesse flanco, Diogo Dalot (AC Milan) ocupou a ala esquerda na fase inicial e Pedro Pereira (Crotone) é alternativa central.

Na ronda eliminatória do Europeu de sub-21 estarão sete campeões continentais de sub-19 em 2018: os guarda-redes Diogo Costa e João Virgínia, os defesas Diogo Queirós e Thierry Correia, o médio Florentino Luís e os avançados Jota e Francisco Trincão.

Rui Jorge, de 48 anos, prolongou a ligação à Federação Portuguesa de Futebol na semana passada e continuará à frente do escalão de sub-21 até 2024, reconhecido pela projeção de talento desde 2011 e mais focado no processo em detrimento do resultado.

Líder invicto do Grupo D, com nove pontos, Portugal regressa ao Estádio Stozice, na capital eslovena de Ljubljana, para defrontar a Itália, segunda da ‘poule’ B, com cinco pontos, dois abaixo da Espanha, em 31 de maio, às 21:00 (20:00 em Lisboa).

O vencedor do último jogo dos quartos de final encontrará Espanha ou Croácia em 03 de junho, às 18:00 (17:00 em Lisboa), no Estádio Ljudski vrt, em Maribor, sendo que a final está prevista para 06 de junho, de novo em Ljubljana, às 21:00 (20:00 em Lisboa).

Finalista vencida em 1994 e 2015 e ausente da edição de 2019, Portugal procura um inédito título à oitava presença na fase final de um Europeu de sub-21, que integra pela primeira vez 16 equipas e tem decorrido na Hungria e Eslovénia num formato desfasado, devido ao adiamento para este ano do Euro2020 por culpa da pandemia de covid-19.