O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, defendeu hoje que as normas europeias são suficientemente claras e impedem a adulteração do modelo desportivo para uma estratégia de negócio, manifestando-se contra a Superliga europeia.

“As organizações desportivas têm a obrigação de se adequarem aquilo que são as normas europeias e essas são suficientemente claras para impedirem estes novos exercícios de completa adulteração daquilo que é o modelo europeu de desporto e de inaceitável oligopólio do futebol sobre esse modelo”, vincou à agência Lusa José Manuel Constantino.

O responsável do COP entende que deve prevalecer o modelo europeu do desporto que se baseia no mérito desportivo e não numa estratégia de negócio.

Para o dirigente, “o princípio europeu do desporto é construído em torno do mérito desportivo e não do mérito financeiro” como pretende ser a recentemente criada Superliga europeia.

Segundo José Manuel Constantino, quer as leias nacionais, quer as europeias, “impedem de todo a realização de competições desportivas na base da estrutura estritamente de negócio”.

No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.

A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.

As equipas vão ser divididas em dois grupos de 10, com jogos em casa e fora, a meio da semana, avançando os três primeiros e o vencedor de um ‘play-off’ entre quarto e quinto classificados para os quartos de final, a duas mãos, seguindo-se a fase a eliminar até à final, a disputar em campo neutro.

A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.

Entretanto, o organismo que rege o futebol europeu anunciou o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes, a partir de 2024/25, numa liga única, com cinco jogos em casa e outros tantos fora.

Os oito primeiros avançam para os oitavos de final, enquanto as restantes vagas nesta fase a eliminar vão ser decididas em ‘play-off’ entre os nono e 24.º classificados.