O Presidente da República condecorou na terça-feira o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, com as insígnias da Grande Cruz da Ordem da Instrução Pública, elogiando os 10 anos de trabalho no organismo.

Numa cerimónia de homenagem para assinalar os 10 anos de Fernando Gomes na liderança da FPF, que decorreu na Cidade do Futebol, em Oeiras, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a aproximação entre os portugueses e a federação e as seleções, considerando o atual líder do organismo um homem de “consenso”.

“Os portugueses vibram há 10 anos com esta federação e com as nossas seleções, isso é mérito dos portugueses, mas também do líder da federação e da equipa que o acompanha”, afirmou.

O Presidente da República referiu que, além dos “mandatos notáveis e títulos conquistados”, Fernando Gomes tem trabalho efetuado na formação de equipas jovens, na construção de uma cidade a pensar o futuro e na mudança de mentalidade.

“Vou atribuir uma condecoração que se dá especificamente aos educadores, formadores e construtores do futuro, que gostava que me tivessem dado antes do fim da minha carreira de professor, as insígnias da Grande Cruz da Ordem da Instrução Pública”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu não só a capacidade de liderança de Fernando Gomes, mas também a pessoa que é.

“Não era possível fazer estes 10 anos se fosse outra pessoa. É humilde a enfrentar as derrotas e perante as vitórias, que é mais difícil”, defendeu, considerando que até o “Governo beneficiou muito com os títulos de Portugal”, numa mensagem dirigida ao primeiro-ministro, António Costa, que também esteve presente.

Já Fernando Gomes, que agradeceu a cerimónia, lembrou as conquistas de outras modalidades nos últimos anos, além do futebol, para assinalar que “não desistir da superação é a característica essencial de um desportista vencedor”.

O líder da FPF destacou que o desafio do desporto e do futebol é fazer com que o “esporádico passe a sistemático”, mas que, para isso, é essencial aceitar que “perder faz parte do desporto”.

“Quando se perde não se esquartejam treinadores ou atletas e não se entregam cabeças à sorte, como se a culpa fosse uma palavra necessária a seguir a cada jogo, a cada corrida, a cada lançamento mal sucedido”, afirmou.

Fernando Gomes defendeu ainda que não se pode ficar parado olhar para a “medalha ou taça” conquistada, sendo essencial “virar-se para baixo no dia seguinte e continuar a trabalhar a base”.

“Só o alargamento dessa base nos conduz a um êxito mais regular. Não há dois caminhos, acreditem no que vos digo. Ganha mais vezes quem estiver disposto a não mudar tudo de cada vez que perde. Especialmente se tiver a capacidade de não acreditar que quando ganha, isso lhe dá a garantia de que passará a ganhar sempre”, disse.

O primeiro-ministro, António Costa, agradeceu a Fernando Gomes a forma como tem “ajudado a prestigiar Portugal no mundo”.

“Muitos títulos foram conquistados ao longo de 10 anos e muitos outros vão ser conquistados no futuro. Mas existe uma diferença, que tem a ver com a forma como o Fernando Gomes conseguiu reconstruir esta federação. Quero agradecer a forma como tem ajudado a prestigiar Portugal no mundo”, afirmou.

António Costa referiu que existe uma federação “muito diferente do que era” antes de Fernando Gomes, lembrando que, além de resultados desportivos, conseguiu trazer importantes provas para o país.

“Conseguiu trazer para Portugal provas desportivas importantes, entre elas três finais da ‘Champions’ e a fase final da Liga das Nações. Nos dois anos de pandemia ajudou muito a sublinhar a diferença que Portugal fazia no mundo, como um local seguro para viver, trabalhar e disputar grandes provas internacionais”, salientou.

Quem também marcou presença foi o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, que foi distinguido pela FPF com o troféu ‘Quinas de Ouro 2021’.

“É uma grande honra estar aqui esta noite, para celebrar os 10 anos de Fernando Gomes na liderança da FPF e nenhuma crise de covid-19 me impediu de estar aqui. Não é coincidência que tantos sucessos tenham ocorrido no futebol português na sua liderança”, salientou o dirigente esloveno.

O líder do organismo que tutela o futebol europeu destacou ainda Fernando Gomes como um “amigo leal”.

“É difícil encontrar um amigo como o Fernando, esteve sempre lá para mim. Quero agradecer o que fizeste pelo futebol português, europeu e mundial, mas, acima de tudo, por seres um amigo fantástico”, concluiu.