Espanha e Itália são as duas mais reputadas equipas ainda em prova no Euro-2020. Por um lado, a Espanha é o melhor ataque da prova, por outro a Itália é a equipa com maior diferença de golos. Espanha vs. Itália é um clássico europeu de histórico equilíbrio, em que nas suas quase quatro dezenas de confrontos competitivos, a Espanha ganhou apenas mais um jogo que a Itália, tendo marcado menos 3 golos. Enquanto que a Espanha tem maior histórico em campeonatos da Europa marcado pelas suas três vitórias na prova, a Itália parece mais fadada para campeonatos do Mundo, tendo ganho já quatro edições. O confronto desportivo desta 3º feira reedita a final do campeonato da Europa de 2012 em que a Espanha ganhou por 4-0.

Hoje ambas as seleções vivem períodos iguais da sua vida desportiva, e bastante diferentes de um seu passado recente. Em virtude de gerações de ouro que competiram na primeira década do milénio, e que lhes valeram títulos em europeus e mundiais, hoje Itália e Espanha vivem um rejuvenescimento das suas equipas. A Espanha, que compete ainda com uma réstia de experiência assente em Sergi Busquets, Jordi Alba e Cesar Azpilicueta, tem um plantel absolutamente jovem personificado em Pedri, jogador blaugrana de 18 anos, que lidera o meio-campo criativo da equipa. Nesta equipa, Luís Henrique mantém o ADN de Barcelona, num 4:3:3 com dois de quatro possíveis extremos abertos (Dani Olmo ou Oyarzabal ou Pablo Sarabia ou Ferran Torres) mas sem o tradicional tiki-taka de envolvência complexa; o presente modelo é mais linear, simples e posicional. Na frente, Alvaro Morata e Gerard Moreno vão se revezando na única vaga, sendo que ambos apresentam níveis de eficácia aquém do desejado.

Por seu turno, a Itália aparece com um coletivo muito coeso, consistente, vertical e de elevada rotatividade, distante da identidade catenaccio de outros tempos. A liderança de Mancinni, a verdadeira estrela da equipa, bebe de uma experiência profissional em Inglaterra e assume um jogo a campo inteiro, tanto do ponto de vista ofensivo como defensivo. A Itália aparece com um meio-campo móvel e intenso, em que Jorginho, Verratti e Nicolò Barella oferecem à equipa uma qualidade superior de posse de bola. A ausência por lesão de Spinazolla abrirá vaga para Emerson Palmieri jogar pelo lado esquerdo da defesa, e com as suas subidas pelo corredor em processo ofensivo permitir que Insigne apareça com o pé direito a fletir para dentro e a criar perigo junto de Immobile na área. Defensivamente, a experiência de Bonucci e Chiellini dão a estabilidade e confiança à equipa para arriscar na posse de bola e defender alto.

Os sistemas de 4:1:4:1 da Espanha e 4:2:3:1 da Itália irão encaixar na perfeição, sendo que irão emergir os seguintes pares de oposição: Jorginho vs. Pedri, Verrati vs. Koke, e Nicola Barella vs. Sergi Busquets. Assim, prevê-se que a dinâmica de jogo seja assente menos no risco e mais na segurança, mais no equilíbrio e menos na instabilidade. Neste tipo de jogos marcar primeiro é muitas vezes essencial, daí que até haver um golo ambas as equipas se concentrem mais em não sofrer do que em marcar. Não obstante, afirmar que o vencedor deste jogo irá vencer a o Euro-2020 é demasiado precoce e arriscado face ao talento de Inglaterra e à determinação da Dinamarca. Hoje deixo uma aposta nos onzes:

Espanha: Unai Simón; Azpilicueta, Eric Garcia, Laporte e Jordi Alba; Busquets, Koke e Pedri; Olmo, Morata e Ferran Torres.

Itália: Donnarumma; Florenzi, Bonucci, Chiellini, Emerson; Jorginho, Verratti e Barella; Chiesa, Immobile e Insigne.

Luís Vilar, Pró-Reitor da Universidade Europeia

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