Benfica: Depois do dérbi, os rapazes de Veríssimo ainda podem acreditar?

São ainda seis pontos, mas que antes de uma deslocação leonina ao Estádio do Bessa podem ser três e de repente as contas do segundo lugar podem voltar a abrir-se. Não é muito plausível que o Sporting desperdice uma vantagem tão cómoda, mas a verdade é que o dérbi de Alvalade dá embalo ao Benfica para prosseguir o objetivo de entrar diretamente na fase de grupos da Liga dos Campeões na próxima temporada.

Para que existam esperanças nesse sentido, o Benfica tem obrigatoriamente de derrotar em casa um Famalicão que ainda está longe de ter a questão da manutenção resolvida (está apenas três pontos acima do lugar de «play-off» de descida). Sem poder lutar por títulos nesta parte final da época e depois da campanha muito positiva na Liga dos Campeões, as águias entraram para o duelo com o Sporting cientes de que poderiam vencer o atual campeão em título se apresentassem em campo as mesmas premissas demonstradas em Camp Nou, Johan Cruyff Arena ou Anfield: uma organização defensiva sólida e irrepreensível, com entreajuda entre os diferentes setores, bom preenchimento posicional, uma defesa da área forte e um nível alto de aproveitamento de lances de contraofensiva, de ataque à profundidade e rentabilização de jogadas através de passes mais diretos.

Na casa do leão, o Benfica construiu bem cedo o primeiro golo: Vertonghen esticou jogo nas costas da defesa leonina a partir do setor mais recuado, Darwin Núñez aproveitou a potência de arranque que possui, fugiu a Neto, aguentou a aproximação de Coates e bateu Adán sem apelo nem agravo. Nélson Veríssimo preparou a equipa para anular um dos pontos fortes do Sporting: o ataque à profundidade. O treinador dos encarnados recuou a linha defensiva, colocou Gilberto por dentro, com Diogo Gonçalves a defender por fora pela direita, assumindo uma linha de 5.

Pese embora tenham existido problemas para travar Pedro Porro pela direita (as ajudas de Everton nem sempre foram suficientes para que Grimaldo controlasse o compatriota), o Benfica foi-se mantendo sereno e cómodo na defesa da área e ainda mostrava discernimento de cada vez que procurava saltar para o momento de ataque.

Liverpool vs Benfica
Gilberto tenta antecipar-se a Diogo Jota créditos: LUSA

Os centrais fizeram um jogo sólido, apenas com um sobressalto excecional, Weigl voltou a mostrar elegância com bola no pé e uma capacidade de auxílio defensivo notável e Darwin voltou a mostrar que é o jogador que registou o maior crescimento na presente época, sobretudo num jogo com estas características (contra-ataque e ruturas no espaço). O uruguaio define de forma cada vez mais precisa, demonstra cada vez mais “tolerância” a marcações impiedosas (melhorou no um-para-um) e taticamente tem vindo a ganhar mais atributos (percebe melhor o timing no qual deve cair mais na faixa ou atacar a zona central).

A época vai terminar sem o título mais importante (o da I Liga), além de todos os outros troféus internos que eram objetivos vincados da administração encarnada. Ainda assim, na rota para a próxima época, possivelmente com Roger Schmidt ao leme, estes últimos jogos podem também ajudar a definir quais os jogadores considerados prioritários para o projeto que se segue. E esse fator pode ser tão ou mais importante que uma eventual conquista do segundo lugar.

Betis-Valencia: Depois da Semana Santa, um fim-de-semana para escolher o Rei em Sevilha

Depois de terem eliminado respetivamente Rayo Vallecano e Athletic Club nas meias-finais, Betis e Valencia preparam-se para disputar a final da Taça do Rei no estádio La Cartuja, em Sevilha. Para o conjunto bético, há o anseio de poder levantar este troféu pela terceira vez na história, enquanto que o Valencia tem mais rotinas na prova rainha do futebol espanhol – já conquistou a prova em oito ocasiões.

Se para o conjunto “che” a Copa serve como tábua de salvação para toda uma temporada, para o Betis o cenário é distinto, visto que os comandados de Manuel Pellegrini ainda estão na luta pelo quarto lugar no campeonato – posição que dá acesso à Liga dos Campeões. Mas este jogo tem um toque especial e isso percebeu-se na reação dos adeptos à derrota caseira perante o Elche para a La Liga. Os jogadores sevilhanos ouviram os cânticos de apoio e agora esperam um jogo de nervos e tensão máxima, perante um Valencia que tem feito uma temporada irregular – não houve, regra geral, a evolução esperada em termos de equilíbrio defensivo com a chegada de José Bordalás ao comando técnico.

Tecatito Corona festeja com a camisola do Sevilha
Tecatito Corona festeja com a camisola do Sevilha créditos: EPA/Manuel Bruque

O Betis tem sido uma equipa mais constante, tem mais argumentos em teoria para mandar nos jogos com bola e artistas como Fekir ou Canales para ajudar a decidir (juntamente com os goleadores Juanmi e Borja Iglesias). Só que o Valencia (que não venceu os últimos quatro jogos no campeonato) tem nos arranques de Gonçalo Guedes e na criatividade de Bryan Gil a possível resposta para a maior solidez bética. Um duelo de nervos, em que se espera um Betis com mais protagonismo, mas sabendo que o perigo espreita sempre do outro lado. Quem falhar menos (têm sobrado erros individuais de ambos os lados este ano), terá mais hipóteses de triunfar.

Um campeonato de loucos em Itália

Na Serie A, vamos entrar nas últimas cinco jornadas, com três equipas na luta pelo título (e com um pouco de boa vontade, há também ainda hipóteses matemáticas para a Juventus). O Milan parte na frente, mas o Inter tem ainda um jogo em atraso. São dois os pontos que separam os velhos rivais da Madonnina e o Nápoles está à espreita, na terceira posição (a 2 pontos dos “nerazzurri” e a quatro dos milanistas).

O Milan chega a esta fase numa invejável sequência de 11 jogos seguidos sem perder na liga, mas acabou de perder com o Inter na segunda mão da meia-final da Taça. A prioridade está no objetivo maior e o 4-2-3-1 de Pioli tem apresentado uma consistência saudável, com e sem bola. Por vezes, têm faltado argumentos para a equipa ser mais eficaz no ataque, mas a nível defensivo os “rossoneri” têm estado num ótimo nível – seis jogos consecutivos sem consentir golos na Serie A.

Já o Inter reagiu bem à derrota de há dois meses, em casa, perante o Sassuolo, e desde então não mais perdeu (em todas as competições). Simone Inzaghi tem feito um trabalho de autor, rentabilizando individualmente jogadores e potenciando um modelo de jogo pressionante e com inúmeras variantes na saída de bola e precisamente nesse momento em que procura condicionar os adversários. Lautaro Martínez está em grande forma, Brozović, Škriniar, Bastoni, Çalhanoğlu e o veterano Handanovič têm estado em grande plano e a equipa parece calibrada para poder atacar a “dobradinha”.

Já o Nápoles quebrou mais o rendimento nesta parte final da época, mas mantém chances de poder estar na luta até à última ronda. Para já, nesta jornada 34, viajam até ao terreno do Empoli, enquanto o Inter recebe a Roma de José Mourinho (5ª classificada) e o Milan viaja até à capital para defrontar a Lazio. A Juve fecha a ronda, fora de casa, frente ao Sassuolo e irá saber se pode acreditar ou não numa entrada na disputa pelo título, já fora de horas. 5 jornadas de loucos e teremos campeão. Não custa muito esperar, certo?

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