A jornada deste fim de semana traduz-se em deslocações para os candidatos ao título na 1ª Liga. Enquanto o Sporting vai até às Beiras defrontar o renovado Tondela de Nuno Campos, o FC Porto tem um teste de fogo no Minho, perante o Vitória SC.

A última ronda, na qual leões e dragões acabaram por vencer no conforto de casa sem grandes problemas, evidenciou a vantagem de ter planteis bem apetrechados e de contar com jogadores que podem servir como 'jokers' na fase decisiva da temporada.

Para os lados de Alvalade, é Manuel Ugarte que mostra neste momento ser um dos jogadores mais em forma no plantel às ordens de Rúben Amorim e a entrada serena e certeira no jogo frente ao Paços trouxe alguma paz a uma equipa que precisava de estabilidade no setor intermediário. O médio uruguaio chegava de uma sequência de vários jogos entre as opções iniciais e com um rendimento alto.

O duelo com os castores provou que Palhinha está longe da forma anterior e que Ugarte, neste momento, alia melhor agressividade e capacidade de pressão sem bola a um discernimento no passe e condução quando o esférico lhe passa pelos pés.

E se o Sporting tem em Ugarte uma espécie de 'joker' especial, no FC Porto é Fábio Vieira que assume esse papel de 13.º jogador (sim, por aqui preservamos um papel altamente respeitoso para com o adepto). O internacional sub-21 português vem também de uma fase muito positiva, que teve o ponto alto na passada segunda-feira, com um bis que desbloqueou a receção ao Santa Clara. Atuando nas costas da referência de ataque, desequilibra com frequência no passe e entra com facilidade em zona de remate.

Fábio Vieira movimenta-se um pouco por toda a zona ofensiva, esquiva-se com qualidade às marcações e quer estar sempre em contacto com a bola. Além do mais, mostra poder de decisão (leva 13 golos e sete assistências em todas as competições), o que o torna num jogador indispensável para Sérgio Conceição, apesar desse paradoxo de nem sempre ser titular. Cá está, nem todos precisam de completar sempre os 90 minutos para terem uma influência enorme no rendimento de uma equipa.

Dêem-lhes as Chaves que eles sobem…

Uma derrota apenas nos últimos 16 jogos é um registo impressionante e a prova de que o Desportivo de Chaves se soube recompor depois de uma fase inicial da época mais tremida na Segunda Liga. Vítor Campelos afinou as peças do modelo de jogo e tornou o 4-2-3-1 mais equilibrado em todos os momentos da partida.

Este Chaves é uma equipa de tração à frente e possui o segundo melhor ataque da prova (apenas atrás do Benfica B). O extremo Wellington Carvalho (forte a explorar diagonais, rápido e incisivo no ataque à baliza) tem sido a figura goleadora, sendo devidamente complementado pelas ruturas e apoios de Platiny, a velocidade e um-para-um de Batxi no lado direito e a criatividade e passe refinado de João Teixeira (indiscutivelmente, um dos melhores jogadores da 2ª Liga).

Desportivo de Chaves festejam golo
Desportivo de Chaves festejam golo

Há ainda alternativas credíveis como Juninho ou Adriano Castanheira e mais atrás um conjunto de jogadores que são igualmente sinónimo de estabilidade. O guardião Paulo Vítor tem sido um indiscutível, assim como a dupla de centrais Luís Rocha (veterano com atributos na defesa da área) e o rápido e desenvolto Alexsandro Ribeiro (uma das revelações da época).

Na direita, o potente e vertical João Correia vai alternando com Nuno Campos, enquanto do lado esquerdo Bruno Langa tem vindo a desenvolver uma progressão tática muito interessante. Na zona central, há médios com perfil mais físico como Obiora ou Kevin, o todo-o-terreno Guima e o criterioso João Mendes. Um dos melhores planteis da 2ª Liga chegou tarde à luta, mas bem a tempo de ainda vir a competir pela subida direta ou jogar um 'play-off' decisivo com o 16.º do escalão principal.

Vai começar o Brasileirão mais 'tuga' de sempre

Abel Ferreira, Paulo Sousa, Vítor Pereira e Luís Castro. Quatro dos treinadores portugueses mais prestigiados da atualidade preparam-se para o começo do Brasileirão mais 'portuga' da história.

O primeiro, bicampeão da Libertadores, orienta um Palmeiras muito bem estruturado e que conta com um dos grupos mais homogéneos e talentosos de todo o campeonato. Veremos se, ao contrário da última época, a participação em frentes diversas não prejudica o rendimento da equipa na liga.

Já Paulo Sousa conta com um plantel recheado de craques e jogadores experientes (Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, de Arrascaeta, Éverton Ribeiro, David Luiz, Filipe Luís, entre outros tantos), mas teve um início de campanha periclitante com a derrota no Carioca (compensado com a estreia a vencer na Libertadores).

Vítor Pereira e Luís Castro também conhecem a sensação de conquistar títulos de campeão mas terão uma tarefa exigente. No Corinthians, Pereira terá um desafio enorme de colocar um grupo com inúmeras 'vacas sagradas' (Willian, Paulinho, Renato Augusto, Jô, etc.) a praticar um futebol apoiado e de domínio vincado sobre os adversários.

No Botafogo, Luís Castro conta com promessas de investimento reforçado no plantel mas sabe que a exigência também pode ser menor numa fase inicial (até porque o Fogão não está muito acostumado a lutar por títulos importantes).

Objetivos distintos, mas ambição em alta, num campeonato de alto risco para treinadores (há o velho hábito de despedir praticamente ao primeiro assobio de um adepto).

Tudo começa este sábado com um excelente Fluminense-Santos (20h30 portuguesas), seguindo-se a viagem do Fla de Paulo Sousa ao terreno do Atlético Goianense. Na madrugada de sábado para domingo (hora portuguesa, 1h00), o Palmeiras de Abel recebe o Ceará e já em pleno domingo (20h00), temos confronto de portugueses, com a receção do Botafogo ao Corinthians.

Vai ser intenso, portanto apertem os cintos e preparem-se para um Brasileirão de alta cilindrada em 2022!

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