A voleibolista do Sporting de Braga e farmacêutica Ana Rita Barros, que defende o fim do campeonato e o seu alargamento na próxima temporada, atende diariamente muitas pessoas, sobretudo idosas, que ainda desvalorizam a pandemia de covid-19.

Natural de Braga, onde nasceu há 26 anos, a ‘capitã' do Sporting de Braga, único clube que representou até hoje, desde há quase 11 anos, teme que a paragem da competição por causa do novo coronavírus esteja "para durar", até porque, notou à agência Lusa, o voleibol pratica-se num espaço fechado.

À semelhança de outros, o campeonato de voleibol feminino foi interrompido há cerca de um mês e, finda a fase regular, a equipa bracarense ia começar a luta pela manutenção.

"Não sabemos ainda o que vai acontecer. Na minha opinião, não faz sentido nenhum retomar daqui a dois ou três meses, muitas atletas têm propostas de outros clubes e, nessa altura, podem estar já a jogar nessas equipas. Defendo que devia acabar como está, não prejudicando ninguém, e para o ano o campeonato ter mais equipas, ou seja, não descia nenhuma e subiam as previstas", vinca.

Desde a paragem, "o treino é cada uma por si, tenta-se fazer alguma coisa em casa, mas isso não tem muito de voleibol, é a mais componente física do que outra coisa".

"Tento arranjar sempre uma parte do dia para correr ou alguns exercícios em casa, tento ter esse cuidado de manter a forma para quando tudo isto passar conseguir estar ao melhor nível possível", conclui.

Mais conhecida nos pavilhões por ‘Tweety', alcunha que ostenta mesmo na camisola com que joga, Ana Rita é também farmacêutica e lida todos os dias com muitas pessoas, "sobretudo idosas", que ainda não perceberam bem a dimensão da doença causada pelo novo coronavírus.

"Temos que tentar fazer passar às pessoas a dimensão deste problema, sobretudo aos idosos. Muitos acham que isto é um bocado um exagero e questionam mesmo porque é usamos luvas ou máscaras", pensando que é uma estratégia para potenciar mais vendas, conta.

A jogadora trabalha numa farmácia em Braga e faz um paralelismo com o espírito vivido no desporto.

"Assim como no voleibol tenho uma equipa, na farmácia também. Nesta fase, somos uma verdadeira equipa [na farmácia], só assim se consegue superar todos os problemas que nos aparecem diariamente. Só quem passa por esta situação é que consegue senti-la e descrevê-la porque não é mesmo nada fácil", diz.

Ana Rita Barros lembra uma situação vivida por uma colega em que um utente, no final do atendimento, disse "para desinfetar tudo porque era um caso de covid-19 positivo".

"Se era, não podia ir à farmácia", lamenta.

A jovem minhota considera que as farmácias fazem atualmente, "muitas vezes”, o primeiro papel de triagem: “as pessoas dizem-nos que ligam para a Saúde24 e ninguém atende e depois, por não terem alternativa, procuram-nos para as ajudarmos. Temos uma função muito importante, porque somos a classe profissional a que as pessoas acedem primeiro, porque, muitas vezes, é mais difícil chegar aos médicos".

Ana Rita lembra que, no início da pandemia, em meados de março, "houve uma afluência enorme" à farmácia.

"Tivemos filas infernais de manhã à noite, as vendas de paracetamol dispararam, assim como as máscaras e o desinfetante. Agora está mais calmo, mas ainda continua muita gente a sair de casa para comprar coisas à farmácia que podia perfeitamente evitar", avalia.

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