Iga Swiatek manteve hoje intacta a honra do ténis feminino em Roland Garros, ao qualificar-se para os ‘oitavos’ do segundo ‘Grand Slam’ da temporada, num quadro no qual já é a única ‘top 10’ em competição.

Numa jornada em que os organizadores decidiram privilegiar os tenistas da casa, concedendo-lhes honra de ‘court’ central e de sessão noturna, e em que Daniil Medvedev e Stefano Tsitsipas confirmaram, com triunfos fáceis, o estatuto de favoritos da metade inferior do quadro masculino, Paula Badosa e Aryna Sabalenka despediram-se na terceira ronda do ‘major’ parisiense.

Se a espanhola, número quatro mundial, desistiu quando perdia por 6-3 e 2-1 diante da russa Veronika Kudermetova, evocando uma lesão no joelho direito, a bielorrussa foi afastada pela italiana Camila Giorgi, 30.ª classificada da hierarquia WTA.

Sabalenka, número sete mundial, demonstrou continuar a dar-se mal com a terra batida parisiense – nunca foi além da terceira ronda em cinco participações -, sendo eliminada com os parciais de 4-6, 6-1 e 6-0 por Giorgi, que, ao apurar-se para os oitavos de final, já garantiu a melhor prestação de sempre em Roland Garros, onde nunca tinha ido além do terceiro encontro (2018).

Assim, ao contrário do setor masculino, em que os ‘top 10’ ‘dominam’ a lista de tenistas apurados para os ‘oitavos’, do lado feminino resta apenas uma ‘intratável’ Swiatek a representar as primeiras jogadoras do ‘ranking’ WTA, depois de hoje ter derrotado a montenegrina Danka Kovinic, em dois ‘sets’.

A polaca de 20 anos, campeã na ‘catedral da terra batida’ em 2020, até ‘complicou’ a sua tarefa no final do segundo ‘set’ (perdeu quatro jogos seguidos, quando liderava por 4-1), mas impôs-se à 95.ª tenista mundial por 6-3 e 7-5, em uma hora e 30 minutos, assegurando o 31.º triunfo consecutivo.

“Queria jogar de forma bastante agressiva e senti que, às vezes, estava a colocar demasiada energia nas pancadas”, justificou a número um mundial, que está a um triunfo de igualar a belga Justine Henin como terceira tenista com séries de vitórias mais longas desde 2000.

Swiatek vai agora defrontar Zheng Qinwen, que, ao tornar-se na quarta tenista chinesa a alcançar os ‘oitavos’ em Roland Garros, deu o primeiro desgosto do dia ao público local, ao afastar Alizé Cornet.

A número um francesa e 40.ª jogadora mundial, afetada por problemas musculares, acabou por desistir do encontro da terceira ronda, quando perdia por 6-0 e 3-0, ‘entregando’ a representação nacional aos seus colegas do quadro masculino, uma ‘missão’ que, horas depois, Gilles Simon falhou.

A despedir-se do ‘seu’ ‘Grand Slam’, o francês de 37 anos, atual 158.º na hierarquia mundial, nada pôde fazer perante a superioridade do croata Marin Cilic, vencedor com os parciais de 6-0, 6-3 e 6-2.

“Desejo-te o melhor”, escreveu o 23.º jogador mundial na câmara, depois de ver Simon ser homenageado, num ‘court’ Philippe Chatrier lotado, por um público emocionado e que não poupou nos aplausos.

O ‘gigante’ croata segue agora para os ‘oitavos’, fase em que irá defrontar Daniil Medvedev, que deitou por terra a teoria de que não gosta de pó de tijolo, com um triunfo em três ‘sets’ diante do sérvio Miomir Kecmanovic (31.º).

O número dois mundial, que está a jogar em Paris sob bandeira neutra, devido à invasão da Rússia à Ucrânia, venceu com os parciais de 6-2, 6-4 e 6-2, em uma hora e 48 minutos, mostrando-se perfeitamente adaptado à terra batida parisiense, onda ainda não perdeu qualquer ‘set’ este ano e tem como melhor resultado a presença nos quartos de final em 2021.

“Não acredito que possa fazer melhor do que aquilo na terra batida”, disse o russo, referindo-se à vitória de hoje, em conferência de imprensa, admitindo estar “a progredir”, mas escusando-se a assumir-se como candidato ao título. “Ainda é cedo”, completou.

Mas, o caminho de Medvedev, que hoje conquistou pontos com o sempre exigente público parisiense ao falar em francês no ‘court’, é em teoria mais fácil do que o dos grandes candidatos (Rafael Nadal, Novak Djokovic ou Carlos Alcaraz), todos concentrados na primeira metade do quadro, com Stefano Tsitsipas a ser mesmo o principal obstáculo à sua presença na final.

O grego mostrou-se hoje mais consistente do que na ronda anterior, arrancando um triunfo fácil por 6-2, 6-2 e 6-1 ao sueco Mikael Ymer (95.º).

Nos ‘oitavos’, estão também o russo Andrey Rublev, sétimo jogador mundial, e o italiano Jannik Sinner (12.º), que se vão defrontar nessa fase com a aliciante extra de poderem ser potenciais adversários de Medvedev nos ‘quartos’.