Roger Federer, o homem, a lenda do ténis, anunciou aos 41 anos que irá colocar um ponto final na sua carreira de tenista.

Aquele que é um dos melhores jogadores de ténis de sempre resolveu deixar a raquetes, a nível profissional, depois de ter construído uma das carreiras mais relevantes da história do desporto.

A carreira de Federer em 30 imagens

Limitado por problemas físicos nos últimos três anos, o suíço, que venceu cerca de 20 torneios do Grand Slam, vai-se despedir dos Courts na Laver Cup, que se realiza na próxima semana, em Londres.

"A Laver Cup, na próxima semana, será o meu último evento ATP. Vou jogar mais ténis no futuro, mas não em Grand Slams e no Tour", disse Federer numa mensagem publicada nas redes sociais.

"O ténis tratou-me de uma forma generosa, mais do que alguma vez poderia ter sonhado, mas agora tenho que reconhecer que é altura de me despedir", prosseguiu, acrescentando que terá saudades dos campos de ténis.

"É uma decisão agridoce, porque vou sentir falta de tudo o que o ténis me deu. Mas ao mesmo tempo, há tanto por celebrar. Considero-me uma das pessoas mais afortunadas do mundo. Foi-me dado um talento natural para o ténis, e conseguir jogar a um nível que nunca poderia ter imaginado, e por mais tempo do que pensaria", acrescentou.

Na frase final, Roger Federer garantiu que vai estar sempre próximo da modalidade: "Ao jogo de ténis, Amo-te e nunca te vou deixar".

A participação na Laver Cup, que se realiza em Londres, entre 23 e 25 de setembro vai marcar o fim da carreira do tenista suíço, que não compete desde o torneio de Wimbledon de 2021, devido a várias operações ao joelho.

Marcos da carreira de Federer

Começou por uma espécie de 'enfant terrible', de rabo de cavalo, com má atitude em campo, mas acabou por se tornar um ícone e num modelo para todos, como refere a France Press.

Passaram cerca de 19 anos desde a sua primeira conquista de um Grande Slam, em Wimbledon, em 2003. Esta quinta-feira, anunciou a sua retirada, com o estatuto de um dos melhores de todos os tempos, para muitos mesmo o melhor de todos.

Foi com 41 anos, numa luta incessante contra o tempo, que o suíço deixou em definitivo as raquetes.

O currículo esse é absolutamente invejável: 20 Grand Slams conquistados, oito wimbledons, 103 títulos, e mais de 100 milhões de euros em prémios. No jogo em si, encantou, pelo requinte nos courts. Federer é uma classe à parte, na forma que desliza pelos courts, com a sua direita precisa, esquerda a uma mão, um predestinado que nasceu claramente para ser rei do ténis.

A confiança, um sorriso fácil, a classe sempre foi uma das suas imagens de marca. O trono do ténis mundial também o ocupou durante 310 semanas, 237, de forma consecutiva.

A fortuna tornou-se imensa, assinando contratos milionários com alguns marcas desportivas, com destaque para o acordo assinado com a Uniqlo.

Findo o período de rebeldia, Federer assentou junto da antiga tenista Mirka, que conheceu nos Jogos Olímpicos de Sidnei em 2000. É pai ainda de Myla Rosa, Charlene Riva, Leo e Lenny.

Nasceu em 1981, na cidade de Basileia, na Suíça. Filho de pai suíço, Robert, e mãe sul-africana, Lynette, agarrou as raquetes aos 8 anos de idade. Tornou-se profissional no ano de 1998 e obteve o seu primeiro torneio em 2001, com a conquista do ATP de Milão. Foi em 2004, após ter conquistado o Open da Austrália que subiu a número 1 do ranking pela primeira vez. No currículo, soma oito Wimbledons, seis Austrália Opens, Cinco US Opens e um único torneio de Roland Garros.

No que diz respeito a torneios Master, são cerca de 28, a que se soma também uma conquista olímpica junto do compatriota Stan Wawrinka, e ainda uma vitória na Taça David, pela Suíça, em 2014.

Federer viveu a era dourada do ténis, porque durante a sua época também aparecerem dois grandes talentos que se tornaram os seus dois grandes rivais: Rafa Nadal e Novak Djokovic. No entanto, o suíço , ode-se dizer, teve sempre uma relação de amizade com Nadal e de maior distanciamento com Djokovic.

Nos quatro Majors conta com um registo impressionante: 119 jogos em Wimbledon (105 vitórias/14 derrotas), 117 em Melbourne (102/15), 103 no US Open (89/14) e 90 no Roland Garros (73/17).

Dotado para a modalidade, e um dos maiores de sempre, Federer admitiu que antes dos jogos era assolado por nervos algo incapacitantes: "Às vezes as pernas ficam mais fracas e o pulso começa a acelerar e isso pode stressar-nos um pouco", disse.