O presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS), João Aranha, manifestou hoje o seu agrado com o regulamento do novo estado de emergência do Governo para conter a pandemia de covid-19, que permite a prática da modalidade.

"Não podemos deixar de salientar a atenção que o Governo teve para com as modalidades desportivas, que, pela sua natureza individual e por serem realizadas ao ar livre, apresentam uma relação risco-benefício muitíssimo favorável. É o caso das modalidades de surfing tuteladas pela Federação Portuguesa de Surf", realçou em comunicado João Aranha.

Segundo as novas medidas, enquanto vigorar o estado de emergência, é permitido praticar exercício individual ao ar livre, o que inclui vários desportos marítimos.

"Este novo confinamento é visto por esta direção como um mal necessário. Há que travar esta doença e a única arma minimamente eficaz ao nosso dispor, neste momento em que ainda apenas se começou o processo de vacinação, é confinar", considerou o responsável.

Segundo o líder federativo, o caso do surfing é paradigmático pelo trabalho "exemplar" levado a cabo pela FPS e por toda a comunidade de atletas de competição, mas também de lazer.

"Tivemos um comportamento exemplar desde o lançamento da campanha de regresso ao mar, em maio do ano passado, e conseguimos, inclusive, realizar todos os campeonatos nacionais de todos os escalões de todas as modalidades tuteladas pela FPS. Feito ímpar a nível mundial e só possível com um esforço ímpar dos organizadores destas competições, dos atletas e com a lucidez e boa vontade do Governo", assinalou João Aranha.

E acrescentou: "O Governo mostra, com esta legislação, que reconheceu o esforço do surfing nacional e vamos fazer tudo para reconhecer essa confiança. Nesse sentido, apelo a toda a comunidade do surfing que continue a comportar-se de forma responsável e siga as diretrizes estabelecidas na campanha ?De Volta ao Mar', nomeadamente, o surf individual e desagrupado, distanciamento social, limite de 90 minutos nas sessões e surfar e deixar a praia imediatamente, sendo esta apenas e só, ponto de passagem."

De acordo com o líder da FPS, é preciso ainda clarificar se as escolas de surf podem manter a sua atividade durante o período em que vai vigorar o estado de emergência.

"Estamos a esforçarmo-nos ao máximo para apurar os contornos deste setor tão delicado e importante e esperamos ter uma resposta às questões das escolas de surf o mais rapidamente possível, sendo que estas, pela sua natureza e pela complexidade desta conjuntura, recaem na alçada de diversos ministérios", revelou o líder da federação, avançando que está a fazer contactos junto do executivo de António Costa para clarificar esta situação.

O nono Estado de Emergência foi aprovado na quarta-feira no parlamento e entra em vigor na quinta-feira, mantendo-se até 30 de janeiro.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.384 pessoas dos 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.