A menos de um mês na estreia em MotoGP, o piloto português Miguel Oliveira diz estar confiante numa boa época, mas considera pouco prudente pensar-se que pode lutar por vitórias já na época de estreia.

“Aqueles que pensam que vou começar já a ganhar em MotoGP não percebem bem o universo desportivo em que estou inserido. As expectativas têm de ser controladas. Vai ser um ano em que, provavelmente, não vai haver pódios ou vitórias, vamos ter de ir passo a passo, e levar as coisas com calma. Os portugueses têm de pensar da mesma forma e só posso pedir que tenham calma”, afirmou o piloto.

Miguel Oliveira, que tem passado as últimas semanas em testes com a equipa Tech3 KTM, confessa que tem estado “muito calmo”, embora assuma a vontade de começar já o campeonato.

“Os testes em Sepang correram muito bem, e esta semana parto para o Qatar com os olhos postos em desenvolver a mota, experimentar novas soluções, já com muita vontade de que comece o campeonato. Estamos cada vez mais competitivos, cada vez mais à vontade com a mota e espero que estes testes sejam positivos para perceber a capacidade de performance da mota em corrida”, disse o jovem piloto português.

Para a estreia no Qatar, o piloto de Almada gostaria já de terminar nos lugares que dão pontos, mas prefere, por agora, realçar o trabalho de desenvolvimento que está a ser feito.

“Nestes testes de Sepang acabei a três décimas dos dois pilotos oficiais KTM. Isso quer dizer que consigo andar tão bem como eles. São os primeiros testes e pode não indicar nada de especial, mas vou fazer por acontecer. Estou a agarrar esta oportunidade com unhas e dentes e o objetivo no contexto KTM é acabar sempre o mais perto possível dos pilotos principais da marca”, garantiu, assumindo que lhe custa passar do topo da corrida, como acontecia em Moto2, para uma época em que muito provavelmente vai andar na segunda metade do pelotão.

A estreia em MotoGP vai também significar que vai estar a correr contra alguns pilotos que até há poucos anos eram os seus ídolos. Miguel Oliveira confessa a admiração por Valentino Rossi, Jorge Lorenzo e Marc Marquez, mas sublinha que quando se cruzar com eles em pista vai querer levar a melhor.

“Espero que quando se cruzarem comigo fiquem nervosos. São adversários. É lógico que o facto de dizer isto não apaga o respeito e admiração que tenho por eles, mas dentro de pista não penso ficar atrás deles só porque os respeito”, concluiu.

Depois de ser vice-campeão do mundo em Moto3 e Moto2, Miguel Oliveira vai estar na próxima época ao serviço da equipa Tech3 KTM, envergando o número 88, depois de durante toda a carreira ter usado o 44.

A primeira prova do Mundial de MotoGP é no Qatar, a 10 de março, no Circuito Internacional de Losail.