Miguel Oliveira, o único português a disputar o campeonato do mundo de motociclismo de velocidade, assumiu-se cético quanto ao regresso do MotoGP a Portugal, dizendo não ter preferência entre Portimão e Estoril.

“Independentemente da localização, o mais importante é vir para Portugal. Até ver a data marcada, ainda me mantenho cético, porque não quero sonhar sem ter razões suficientemente fortes para que isso aconteça. Não me canso de dizer que é um sonho tornado realidade correr no MotoGP em Portugal. Julgo que todos os fãs merecem, ter um piloto português já é [motivo] suficiente e eu espero que isso aconteça brevemente”, disse Miguel Oliveira.

Em entrevista à agência Lusa, o português escusou-se a apontar alguma preferência quanto ao circuito a integrar o calendário da elite, admitindo que o autódromo algarvio está mais bem preparado.

“Tanto o Estoril como Portimão são dois palcos espetaculares para trazer cá a prova. Talvez, dada a dimensão do MotoGP, a nível de espaço de ‘paddock’, julgo que Portimão cumpre muito mais tudo o que são as exigências do MotoGP moderno, que, desde 2012, tem expandido cada vez mais a sua frota de camiões. A nível de pista, vou ser igualmente rápido no Estoril ou em Portimão”, vincou.

Na mesma entrevista, Miguel Oliveira distinguiu o “muito maior palco” do MotoGP em relação às categorias inferiores, como Moto2 ou Moto3, reconhecendo não haver muitos momentos para interação com os outros pilotos: “Há muito respeito mútuo e acho que é o que deve existir entre nós”.

Aos 24 anos, o almadense não contempla ainda um fim para a sua carreira, distinguindo a “genética” do italiano Valentino Rossi, que, aos 40, se mantém no campeonato – beneficiando de “uma mota muito pouco exigente fisicamente, como a Yamaha, para continuar a sua carreira” -, dos obstáculos que levaram ao abandono do espanhol Jorge Lorenzo, aos 32.

“Não acredito que seja um abandono prematuro. Tem cinco títulos mundiais, fez tudo o que tinha a fazer no MotoGP, encontrou um desafio e um grande obstáculo, que foi a parte de voltar a ganhar confiança. Não é fácil um piloto estar habituado a vencer e as vitórias não chegarem. Julgo que mostrou uma faceta mais humana do que as pessoas estão habituada, e acho que só temos de agradecer ao Jorge Lorenzo pelo enorme valor que empenhou no mundo do MotoGP”, assinalou.

Por isso, Miguel Oliveira promete correr enquanto se “divertir e for suficientemente competitivo”, na categoria rainha do motociclismo de velocidade em que é o primeiro e único representante luso.

“Não vou mentir que me sinto muito orgulhoso por ser o único português, por ter tantos fãs a apoiar ao domingo e por não ter de partilhar este protagonismo com mais ninguém. Isso faz-me sentir muito responsável por representar Portugal ao mais alto nível e o melhor possível”, sublinhou.

Além de disputar o Mundial de MotoGP, Miguel Oliveira é o mentor de uma competição de iniciação no motociclismo, com o objetivo de “encontrar um sucessor”.

“A Oliveira Cup nasce do objetivo de criar o que gostava de ter tido quando iniciei, que era um acesso à modalidade a um preço muito acessível, com um mentor. Sabemos do que falamos, podemos aconselhar os pais e os pilotos, e o que queremos é encontrar um sucessor”, explicou.

Nos três anos desta competição nacional já participaram 300 jovens pilotos, tendo, em 2019, uma média de 50 em cada uma das sete provas. Entre estes está Rafael Damásio, que chegou aos 24 finalistas da Red Bull MotoGP Rookies Cup, entre 1.400 inscritos.

“Não sabemos se acontece ou não, mas ninguém nasce com a aptidão para andar de mota e acho que isso pode ser trabalhado (…). Enquanto organização, estamos no controlo de tudo, para dar oportunidades, batemos o recorde de provas, número de pilotos e de retorno. Estamos muito contentes por fechar este ano de 2019 com um sorriso e um bom trabalho na iniciação em Portugal”, concluiu.

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