Miguel Oliveira está a preparar o regresso à competição para iniciar uma época atípica do Campeonato do Mundo de MotoGP, condicionado pela pandemia de COVID-19. E, numa entrevista à 'Eleven Sports', o piloto português falou dos objetivos para a presente temporada, mas não deixou de abordar o sonho de, um dia, num futuro não muito longínquo, lutar e conquistar o título de campeão da categoria rainha do motociclismo mundial.

"Para mim o objetivo no início desta pré-temporada passou sempre por começar a estar mais frequentemente dentro do top-10, o que é um objetivo alcançável, na minha opinião, por dois motivos: por me achar um melhor piloto que no ano passado, com mais experiência e a 100 por cento fisicamente, e a razão número dois é de facto porque a nossa mota tem evoluído bastante a nível técnico. Portanto, acho que os ingredientes para terminar no top-10 estão reunidos. Estou confiante", começou por dizer àquele canal televisivo.

Sobre o sonho do título, Miguel Oliveira não o coloca de parte, mas sublinha que não será para já, dizendo ter o projeto de estar na luta pelo mesmo no espaço de três ou quatro anos. "Sonhar pode-se sonhar sempre, mas eu gosto de primeiro colocar os objetivos nas coisas e obviamente as coisas fazem-se passo a passo", vincou. E explicou porquê. "Tenho de começar a frequentar o pódio e ter vitórias com maior frequência. Estar entre aqueles três ou quatro pilotos que lutam todos os anos pelo título não é fácil. É preciso muita coisa e é muita experiência, que se ganha em corrida. E essa experiência eu ainda não a tenho. É um sonho que se pode tornar em objetivo daqui a três ou quatro anos", adiantou.

Quanto ao regresso do Mundial de MotoGP, Miguel Oliveira confessa que não sabe ainda muito bom com o que conta, mas que já há agora algumas certezas. "Nós temos alguma certeza que o campeonato vai começar agora em julho, nos dias 19 e 26, por isso temos essa data mais ou menos definida como objetivo. Para mim, psicologicamente, é ótimo depois de tantos meses sem saber o que é que ia acontecer e se ia acontecer ou não. Ficar com a certeza e não apenas com a esperança. A organização tem feito um excelente trabalho", sublinhou na mesma entrevista

A terminar, o piloto natural de Almada falou também de como é conviver com pilotos para quem olhava como ídolos. "Não quero que isto soe estranho, mas julgo que à medida que nos aproximamos mais dos nossos ídolos deixamos de ter aquele fator que nos faz pensar, 'Uau, está ali o Rossi, está ali o Márquez, está ali o Pedrosa'. Porque, à medida que vamos chegando ao patamar deles, deixamos de olhar tanto para eles de cima para baixo, onde julgávamos que eles estariam em relação a nós. Mas não deio de ter uma grande admiração por eles, naturalmente", concluiu.