A ausência de público no Grande Prémio de Portugal de MotoGP devido à pandemia de covid-19 “reduz substancialmente” o impacto económico e mediático que a prova poderia alcançar, defendeu na última quarta-feira a principal associação hoteleira do Algarve.

“Neste contexto atual, o grande impacto do MotoGP, tal como a Fórmula 1, é a cobertura mediática internacional. Não havendo espetadores e, sobretudo, espetadores vindos do exterior, é óbvio que se reduz substancialmente o impacto económico desse evento”, afirmou à Lusa o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Elidérico Viegas argumentou que a decisão governamental de impedir a presença de público nas bancadas do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, para a 14.ª e última prova do calendário de 2020 de MotoGP, no próximo fim de semana, tem efeitos negativos no volume de dormidas que eram esperadas na região, mas escusou-se a avançar com estimativas de perdas.

“A decisão de não ter público já era conhecida e prejudica, desde logo, a própria organização e o comércio, a restauração, as ‘rent-a-car’ e também os hotéis e empreendimentos, que poderiam acomodar muitos espetadores que viriam, sobretudo do exterior, nomeadamente de Espanha”, lamentou Elidérico Viegas.

O dirigente associativo frisou que “as ocupações nos hotéis e empreendimentos na zona envolvente do autódromo estarão limitadas basicamente às equipas, ‘sponsors’ e jornalistas”, alertando para o facto de o MotoGP não ter “a dimensão nem a grandiosidade que tem a Fórmula 1” em termos de impacto mediático e internacional.

Mesmo assim, Elidérico Viegas admitiu que o MotoGP pode ser “considerado como uma daquela meia dúzia de eventos âncora de que o Algarve precisa para esbater a sua maior fraqueza que é a sazonalidade”, reconhecendo que gostaria que a região voltasse a receber corridas do Mundial de motociclismo de velocidade e de Fórmula 1.

Depois de o AIA ter acolhido Fórmula 1 e MotoGP em 2020, com a reformulação dos campeonatos devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, Portugal ficou de fora dos calendários provisórios para 2021, estando como primeiro circuito de reserva no principal Mundial de motociclismo de velocidade.

Questionado sobre as perdas para hotéis e empreendimentos turísticos, Elidérico Viegas disse que a AHETA não tem uma estimativa e defendeu que os dados sobre impactos económicos deste tipo de eventos deveriam ser definidos com estudos “científicos” por entidades “independentes” como a “Universidade do Algarve”, no caso da região.

“Não temos esse número, não temos experiência na realização destas provas e é difícil fazer comparações. Acho que, também nesta matéria, tem havido números para todos os gostos, uns vão para mais do dobro do que outros e, quando se fala em números e impactos económicos, era bom que houvesse estudos transparentes e independentes relativamente a estas matérias, o que, no caso do Algarve, competiria à Universidade”, sustentou.

O presidente do Turismo do Algarve estimou em 74 milhões de euros a perda de receitas diretas para a região, pela ausência de público no Grande Prémio de Portugal de MotoGP.

Segundo João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), “existia uma estimativa de receita na ordem dos 80 milhões de euros, mas sem a presença de pessoas, essa receita não deverá ultrapassar os seis milhões”.

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