O chefe de equipa da Ferrari, Mattia Binotto, manifestou-se hoje contra uma redução drástica dos orçamentos das equipas de Fórmula 1 como resposta à pandemia da covid-19, admitindo que a escuderia pode abandonar a modalidade se isso acontecer.

“O nível de 135 milhões de euros já é uma demanda nova e exigente em comparação ao que foi estabelecido em junho [160 milhões de euros como gasto anual máximo de 2021]. Isso não pode ser alcançado sem grandes sacrifícios, principalmente em termos de recursos humanos”, justificou, em entrevista ao The Guardian.

O responsável da Ferrari entende que se essa verba “descer ainda mais”, a escuderia não quer “estar na posição de considerar outras opções” para manter o seu “ADN de corrida”.

Após o cancelamento ou adiamento dos nove primeiros Grandes Prémios de 2020, estão em curso discussões para diminuir o teto orçamental anual das equipas a partir de 2021, a fim de proteger as mais pequenas de perdas significativas de receitas comerciais.

A pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.