A equipa da Nova Zelândia em preparação para a regata Taça América de 2021, entre 06 e 21 de março, anunciou hoje que demitiu funcionários suspeitos de espionar em benefício dos adversários nesta exigente corrida náutica.

“Não temos 100 por cento de certeza do que eles queriam ou do que conseguiram. Mas colocámos um fim à sua atividade mais cedo do que eles esperavam”, disse o diretor da equipa da Nova Zelândia, Grant Dalton.

Os anfitriões da competição disseram ainda que estão a avaliar “questões estruturais e financeiras” relacionadas com a prestigiada corrida quadrienal a ser realizada no próximo ano em Auckland, na Nova Zelândia.

“Claro que estou preocupado”, disse Grant Dalton, temendo que informações importantes sobre os veleiros fossem roubadas.

Os funcionários demitidos também foram culpados de “alegações grosseiramente difamatórias e falsas” sobre a equipa e a sua tripulação, de acordo com um comunicado da formação neozelandesa.

A Taça América, uma das competições desportivas regulares mais antigas do mundo, conta com alguns episódios de espionagem ao longo dos seus 169 anos de história, uma vez que as inovações técnicas e segredos são essenciais para vencer.

Os funcionários demitidos, que a equipa da Nova Zelândia não revelou quantos eram, não trabalharam diretamente com os barcos, mas na secção de eventos.

A Nova Zelândia, vitoriosa na edição anterior nas Bermudas em 2017, investiu mais de 120 milhões de dólares neozelandeses (cerca de 68,5 milhões de euros) na organização da edição de 2021.

Esta edição contará com embarcações monocasco de 75 pés.

Em 2017, o ‘skipper’ australiano James Spithill, da embarcação LDV Comanche, reconheceu que todas as equipas praticavam espionagem.

“É como James Bond ou a CIA. Todo o mundo tem equipas com base onde os adversários estão, e as observa o tempo todo”, disse o vencedor por duas vezes da competição com a embarcação BMW Oracle Racing.