Norberto Mourão assumiu hoje estar “satisfeito” com a forma como garantiu a final do campeonato do mundo de canoagem, na qual vai procurar repetir o pódio na classe adaptada de VL2.

“Estou satisfeito com o que fiz. Foi a minha primeira competição este ano, mas estava muito tranquilo. Sabia com o que contar. Arranquei forte e deu para gerir bem. A controlar o atleta italiano pela direita. O primeiro objetivo, o de entrar na final, está conseguido”, regozijou-se, em declarações à Lusa.

O medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020 terminou a sua série em segundo lugar, a 58,44 segundos do campeão paralímpico no Japão, o brasileiro Fernando Rufino, por 3,19 segundos.

Na final de sábado (14:28, horas de Lisboa), Mourão sabe que será “difícil” bater Rufino – boa parte dos canoístas entende que está mal classificado e que devia competir numa outra classe -, contudo confia que o trabalho que tem feito ao longo dos anos lhe garanta um “bom resultado”.

“Espero estar a 100% no sábado, pois tenho estado algo constipado. E que o vento mude um pouco de direção, pois esteve muito forte de frente. Se virar um pouco, poderá dar para surpreender. É acreditar até ao fim”, disse o campeão da Europa em título e que em mundiais tem a prata em 2019 e o bronze em 2021.

Mourão não promete medalhas, apenas que tudo fará para as conquistar, entendendo que já é de sobra a responsabilidade que colocam nos seus ombros.

“Sobre mim não coloco pressão. Sei o meu trabalho diário. Vejo nos comentários e todos só falam em medalhas, mas os atletas precisam é de estabilidade, não de mais pressão, que já colocamos sobre nós próprios, pois queremos os melhores resultados para Portugal e para nós”, sentenciou.

Já o técnico nacional da paracanoagem, Ivo Quendera, elogiou o desempenho de Norberto Mourão, sobretudo num “ano mais tranquilo” para recuperar do ciclo olímpico anterior e projetar Paris2024, cujo apuramento se concretiza nos mundiais de 2023.

“Ainda não tinha competido internacionalmente este ano, devido à covid-19, contudo é um atleta experiente e manteve o seu nível. Sem dúvida, lutará pelo pódio”, vaticinou.

Kevin Santos falhou o apuramento direto para final por meros 43 centésimos de segundo, sendo batido apenas pelo húngaro Kolos Csizmadia, quarto em Tóquio2020 e nos mundiais de 2021, além de ser campeão do Mundo em título em K2 200 misto.

“Nos 200 metros cada segundo pode parecer pouco, mas numa prova a rondar os 35/36 segundos faz toda a diferença. Foi um começo positivo, mas sinto que consigo melhorar. Só posso controlar o que está na minha pista, o meu desempenho. Sexta-feira, na meia-final, espero colocar em prova tudo o que sei e trabalhei”, disse.