O 15.º lugar da Federação Portuguesa de Canoagem no ranking de financiamento público desportivo justifica-se pela aplicação de conjunto de “critérios” e não apenas com o alto rendimento, explicou hoje o Secretário de Estado da Juventude e Desporto.

“Temos financiamento às atividades regulares para apoiar as modalidades em função do número de atletas, clubes e treinadores. Temos também o financiamento à modalidade para o que fazem as seleções nacionais e ainda à elite do alto rendimento no que é o peso da modalidade na preparação olímpica e paralímpica”, elucidou João Paulo Correia, em Ponte de Lima, onde decorrem os mundiais de maratonas, em canoagem.

Dirigentes e atletas da canoagem, incluindo Fernando Pimenta, têm lamentando, reiteradamente, o facto da canoagem não merecer da tutela o financiamento “adequado” ao seu trabalho e mérito desportivo, sobretudo quando comparada com outras modalidades, que alegam não ter o mesmo brilho internacional – este ano a canoagem contabiliza já 27 medalhas só em campeonatos da Europa e do Mundo -, nem a mesma intensidade de atividade desportiva.

“A segunda modalidade mais apoiada no projeto olímpico é precisamente a canoagem, está no pódio em segundo lugar ex-aequo com o judo”, precisou o governante, referindo-se especificamente ao critério do mérito desportivo.

No contrato com o IPDJ, a federação de canoagem recebe em 2022 52.000 euros para organização e gestão, 119.000 para o desenvolvimento nacional e 321.000 para o alto rendimento, totalizando 492.000 euros.

Este montante total coloca a canoagem no 15.º lugar do ranking, atrás do atletismo (2.865.200 euros), andebol (2.083.000), futebol (2.059.000), basquetebol (1.699.540), voleibol (1.675.000), natação (1.648.720), judo (1.275.240), ginástica (1.190.750) e ciclismo (1.000.000).

Abaixo do milhão de euros no apoio global, estão ainda à frente da canoagem a patinagem (940.400 euros), râguebi (844.400), vela (778.720), triatlo (655.420) e ténis (591.400).

“Os contratos de financiamento público das modalidades são feitos através de contratos programa, assinados entre o IPDJ e cada federação. São reduzidos a escrito, os critérios estão estabelecidos e os valores são calculados em função destes. (…) Todos os critérios são ponderados no cálculo do valor. Todas as federações sabem com exatidão as verbas que recebem”, frisou João Paulo Correia.

A federação de canoagem tem criticado também o peso do histórico nesta avaliação, pois defende que se deve privilegiar a “valorização da meritocracia”.

O governante destacou ainda o “maior aumento de sempre no financiamento à preparação olímpica e paralímpica”, referindo-se ao crescimento de 18,4% para o olímpico em relação a Tóquio2020 e uma evolução de 32,9% para o paralímpico, totalizando 31,2 milhões de euros.

Ao conquistar, até ao momento, 27 medalhas em campeonatos da Europa e do Mundo, nas suas diversas disciplinas, quando a época ainda não terminou, a canoagem já igualou o seu melhor desempenho de sempre, estabelecido em 2021, quando obteve o mesmo número de pódios.