As federações portuguesas de natação e de judo tencionam realizar eleições em 2020, como estava previamente agendado, apesar de os órgãos sociais poderem estender o mandato até 2021, adiantaram à Lusa os presidentes dos organismos.

Após o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 para 2021 devido à pandemia de covid-19, o Governo decidiu prolongar a utilidade pública desportiva das federações até 31 de dezembro de 2021 e permitir o prolongamento de mandatos por mais um ano.

No entanto, o presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN), António José Silva, revelou que a decisão mais provável é a de manter o sufrágio em 2020.

"Como as federações podem prolongar o mandato até 2021 ou manter o que estava inicialmente previsto em 2020, vou levar o assunto à reunião da direção, hoje. Na sequência do que for deliberado, falaremos com o presidente da Assembleia Geral (AG) para definir o que vai ser feito: ou se mantém ou se adia. Mas eu diria com 90% de garantias que as eleições vão-se realizar este ano", adiantou.

Quer as eleições se realizem entre setembro e dezembro deste ano, conforme os estatutos da FPN, ou em 2021, António José Silva assumiu a recandidatura a um cargo que ocupa desde 2013 e rejeitou que a data do ato eleitoral possa influenciar o "normal funcionamento da federação" e a preparação para os Jogos Olímpicos.

Com cinco nadadores já apurados para Tóquio2020, o dirigente federativo exprimiu o desejo de ver mais dois ou três atletas qualificados na natação pura, um nas águas abertas e um dueto na natação artística.

Já o presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes, salientou que as eleições estão agendadas para 10 de outubro de 2020 desde "julho do ano passado", não tencionando discutir o adiamento do ato para 2021 numa "AG extraordinária com um ponto único", que, a seu ver, contraria os estatutos federativos.

Apesar da recandidatura à posição que ocupa desde 2017 estar ainda em aberto, o dirigente afirmou "não ter interesse" em permanecer na FPJ somente para ir aos Jogos Olímpicos, tendo sublinhado o trabalho já "feito" para os oito judocas lusos com apuramento praticamente garantido se apresentarem no Japão nas "melhores condições".

Com três atletas nos lugares de qualificação para Tóquio2020, a Federação de Triatlo de Portugal quer marcar uma AG ainda no primeiro semestre para decidir a data das eleições, apesar da intenção da direção, "ainda não totalmente definida", ser a de prolongar o mandato até 2021, assumiu o presidente do organismo, Vasco Rodrigues.

Com a recandidatura a um segundo mandato "fora dos planos", o dirigente reconheceu que o possível adiamento visa assegurar a "estabilidade do processo de qualificação para os Jogos", ainda para mais quando Portugal deseja juntar uma atleta aos três que já estão na zona de apuramento para competir com uma equipa de estafeta mista.

Por seu lado, o presidente da Federação da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM), Pedro Moura admitiu a marcação de uma AG extraordinária para decidir a data das eleições, se entre outubro e dezembro de 2020, conforme os estatutos, ou em 2021.

Apesar de ter dito que a sua "preocupação principal" neste momento é a de assegurar a conclusão dos campeonatos nacionais e distritais até 31 de julho, o dirigente reconheceu que a mudança de órgãos sociais durante o ciclo olímpico pode influenciar a preparação dos quatro atletas de ténis de mesa qualificados.

"Se houver federações a alterarem a sua liderança, é preciso ter em conta a adaptação ao projeto olímpico, a relação com o Comité Olímpico de Portugal e as regras instituídas no relacionamento com os atletas. O choque vai acontecer, mas não tem de ser negativo", referiu o dirigente que lidera a FPTM desde 2012.

No ciclismo, modalidade com três vagas já garantidas nos Jogos, o presidente da federação, Delmino Pereira, adiantou que a data das próximas eleições vai ser marcada numa AG extraordinária até junho, tendo assumido a intenção de se recandidatar ao cargo que desempenha desde 2012.