Christian de Oliveira conseguiu hoje na Taça do Mundo de snowboard alpino, em Scuol, Suíça, uma classificação que, em período de qualificação olímpica, lhe daria os mínimos para Pequim2022.

O snowboarder, de 20 anos, cortou a meta em 27.º lugar na prova de snowboard paralelo gigante, no top 30 necessário para ser o primeiro português representante da modalidade nos Jogos Olímpicos.

"Se este resultado tivesse acontecido dentro de seis meses, ele já teria os mínimos para os Jogos Olímpicos, porque o Christian já tem os pontos da Federação Internacional de Esqui necessários e falta um ´top 30´. Foi o melhor resultado dele e o melhor resultado de um português", disse hoje, em declarações à agência Lusa, o selecionador nacional de snowboard, Nuno Marques, conhecido no meio dos desportos de neve como 'Mancha'.

O selecionador nacional destaca o "empenho pessoal e financeiro" do atleta, numa disciplina que obriga a "muita dedicação, persistência e consistência".

Segundo Mancha, o investimento de Christian de Oliveira no snowboard tem-se refletido na progressão dos resultados, em evolução constante, e "a tendência é que este seja o primeiro ´top 30` de muitos.

"Ele está no caminho olímpico. Só não estará presente em Pequim2022 se tiver uma lesão", salienta o selecionador.

Para Christian de Oliveira, luso-descendente nascido na Austrália, filho de pai português, de Covelo, São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, o resultado hoje alcançado fá-lo perceber "a real possibilidade de qualificação" para os Jogos Olímpicos de Inverno a disputar na China.

"É uma motivação muito grande e uma amostra do que pode ser o meu futuro na modalidade", frisa o atleta, que atualmente passa parte do ano na Áustria, para se preparar no hemisfério norte, e em março ruma à Austrália, onde frequenta o ensino superior.

Mancha destaca a "margem de progressão enorme" de Christian de Oliveira, que compete com adversários "em média, dez anos mais velhos".

O snowboarder, que até 2016 competia pela Austrália, integrou a preparação olímpica lusa para PyeongChang 2018, foi o primeiro português a disputar um Mundial de snowboard e já tinha, em 2018, sido o primeiro atleta nacional da modalidade a participar no Campeonato do Mundo de juniores, na Nova Zelândia, no qual foi nono classificado no slalom gigante paralelo.