A chefe da missão portuguesa aos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, Leila Marques, quer apostar na criação de uma equipa coesa, advertindo que a comunicação e o clima podem ser as principais dificuldades dos atletas no Japão.

“É preciso criar uma equipa coesa e bem preparada para obter os melhores resultados possíveis em Tóquio”, disse Leila Marques à agência Lusa, dois dias depois de ter sido nomeada chefe da missão paralímpica portuguesa.

A antiga nadadora, de 37 anos, considerou que a comunicação e o clima, aliados à alimentação e às deslocações, podem ser as principais dificuldades que os atletas portugueses encontrarão.

“Os grandes desafios serão sobretudo a gestão da comunicação, que vai ter entraves grandes que vamos ter que precaver, e questões como locais, temperatura, alimentação e deslocações. Acreditamos que vamos conseguir resolver as que são possíveis de resolver”, referiu.

Com quatro Jogos Paralímpicos disputados, entre 1996 e 2008, Leila Marques considera que a experiência na alta competição pode ser uma mais-valia para o desempenho do cargo.

“O facto de já ter passado por Jogos Paralímpicos confere-me algum conhecimento sobre o que se vive e como se vive numa competição destas. Depois, o facto de ter passado por algumas situações que podem trazer instabilidade à equipa e já estar alerta para essas situações vai ajudar à proximidade com os atletas e mais facilmente será estabelecida a comunicação entre eles e a chefia de missão”, explicou.

Leila Marques, médica, referiu que ainda é cedo para falar em número de atletas portugueses e de modalidades nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, que decorrerão entre 25 de agosto e 06 de setembro, mas assumiu a vontade de ter estreias em algumas disciplinas.

“Pela primeira no projeto de preparação paralímpica temos 10 modalidades integrantes, por exemplo o badminton e o triatlo. Ainda é difícil fazer contas, até porque estamos dependentes de quotas, mas obviamente que diversificar as modalidades é um dos grandes objetivos e, portanto, esperamos ter estreias nestes Jogos”, afirmou.

Leila Marques, que se despediu da alta competição nos Jogos Pequim2008, será a primeira mulher a chefiar a missão portuguesa nos Jogos Paralímpicos e sucede a Rui Oliveira, que liderou a comitiva lusa no Rio2016, competição na qual Portugal se apresentou com 37 atletas e conquistou quatro medalhas (duas no atletismo e duas no boccia).

A antiga nadadora é atualmente vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal e foi presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD) entre 2009 e 2012.