A espectadora ferida por uma bola do golfista norte-americano Brooks Koepka, na jornada de sexta-feira da Ryder Cup, em Paris, perdeu a visão do olho direito e irá processar a organização do histórico torneio.

"O exame confirmou [na sexta-feira] uma fratura da órbita direita e uma explosão do globo ocular", que foi 'costurado' pelos cirurgiões. "Mas eles disseram-me que perderia a visão deste olho, algo que hoje me confirmaram", declarou à AFP Corine Remande, 49 anos, ao deixar o hospital na segunda-feira à noite.

"No melhor dos casos, os médicos disseram que ela conseguirá ver formas quando o edema for reabsorvido dentro de um mês", explicou o seu marido, Raphael.

Este casal de franceses que vive no Egito e que viajou para assistir à Ryder Cup "por amor ao golfe", afirmou sentir-se "nojo" com o tratamento recebido pela organização da competição, que não se interessou pelo estado de saúde de Remande e que impôs dificuldades na hora de redigir "um boletim do acidente".

"É óbvio que há uma responsabilidade dos organizadores", declarou a vítima, que critica o fato de o comissário da prova não ter gritado para avisar "quando viu que a bola do jogador estava a ir em direção ao público".

O casal irá reunir-se com um advogado esta terça-feira para apresentar uma denúncia.

"Quero principalmente uma boa cobertura médica para evitar o risco de infecção", disse Remande, que se diz também preocupada em "melhorar a segurança dos campos de golfe".

Contactado pela AFP, o circuito europeu de golfe respondeu que irá "investigar" o acidente, algo que "levará algum tempo".

"Ocorreu tão rápido. Não notei a dor no momento, não tive a impressão de receber uma bolada no olho, mas comecei a notar que estava a escorrer sangue", explicou Remande.

O acidente ocorreu na sexta-feira no buraco 8 do 'Le Golf National', na primeira tacada de Brooks Koepka, campeão do US Open e do Campeonato PGA deste ano e que defendia a equipa dos Estados Unidos da América contra a seleção da Europa.

Com a ajuda dos socorristas, Remande foi levada de emergência para um hospital e, posteriormente para Lyon, onde viverá com os pais enquanto não puder viajar de avião de volta ao Egito.