O golfista Pedro Figueiredo, que compete no European Tour, afirmou hoje que as limitações aos treinos não são "drásticas" no âmbito da pandemia de covid-19, sendo a ausência de contacto com a bandeira uma das alterações.

O atleta, 174.º classificado na principal divisão europeia, teve autorização da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), para treinar ao ar livre durante o estado de emergência que vigorou em Portugal, entre 17 de março e 03 de maio, e voltou hoje a fazê-lo, tendo dito que uma das principais diferenças relativamente ao período que antecedeu a covid-19 é a impossibilidade de tocar na bandeira.

"O golfe é um desporto com a sorte de não serem precisas medidas drásticas para haver segurança: a medida mais importante agora é a de não tocarmos na bandeira. A bandeira é mantida sempre no buraco. E o buraco está elevado, de forma a que a bola não entre totalmente no buraco e a consigamos retirar mais facilmente", explicou o golfista à Lusa.

Além de serem obrigados a manter uma distância superior a dois metros enquanto jogam, os golfistas também têm agora de alisar as zonas de areia (‘bunkers') com o próprio pé e não com os ancinhos, peças metálicas que poderiam "elevar o risco de contágio" e de usar máscara na receção, frisou ainda Pedro Figueiredo.

Apesar dos treinos ao ar livre de que usufruiu em março e em abril, o atleta de 28 anos também aproveitou a interrupção das competições para treinar em casa, quer a parte física, quer a parte técnica, graças ao jardim e à rede que montou na casa dos pais.

"Todos os dias dediquei pelo menos uma hora e meia ao treino físico. Mas também conversei com o meu treinador sobre aspetos técnicos e montei um jardim com uma rede na casa dos meus pais, para treinar a técnica do ‘swing' [rotação do corpo no âmbito da pancada]. Consegui ter uma quarentena produtiva", descreveu.

Pedro Figueiredo disse ainda que o confinamento serviu para pensar um bocadinho "sobre o estado do jogo" e também "sobre o que pode ou não melhorar", numa altura em que está fora dos 110 primeiros do ‘ranking', condição necessária para se manter no European Tour.

O golfista justificou o lugar que ocupa com o facto de ter disputado cinco torneios até à interrupção das competições e disse ter a esperança de jogar "bastantes" torneios em 2020 para "poder recuperar" lugares, ainda que o cancelamento da época também seja uma "possibilidade".

Pedro Figueiredo considerou ainda improvável que o European Tour seja reatado antes de agosto, até porque há provas agendadas para vários países, que não estão sujeitos às "mesmas restrições" entre si, no âmbito da pandemia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.063 pessoas das 25.524 confirmadas como infetadas, e há 1.712 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.