O presidente do Clube de Golfe do Santo da Serra lembrou hoje que em “Portugal não se aproveita a chuva para a rega do campo”, o que torna o projeto ambiental madeirense “inédito”.

“Isto é inédito porque não se faz em Portugal, não se aproveita a água da chuva para a rega do campo. A água é um recurso de enorme importância e pensamos que estamos a dar um contributo enorme ao meio ambiente”, começou por explicar António Henriques, presidente do Clube de Golfe do Santo da Serra (CGSS).

A obra, que custará “por volta de um milhão de euros”, tem como objetivo reduzir o consumo diário de água, através da “captação da água da chuva para os lagos, sendo depois distribuída para a rega do campo”, segundo o presidente do clube de golfe mais antigo da Madeira.

“Quando as nossas lagoas estiverem cheias vamos poder disponibilizar essa água para os canais de rega da ARM (Empresa de Águas e Resíduos da Madeira), é um contributo”, afiançou António Henriques, salientando o facto de se tratar de uma empresa madeirense por trás do projeto, a ElectroFlow, especialista em engenharia hidráulica.

A empresa madeirense também projetou um sistema de telegestão “que permite monitorizar em tempo real, permitindo localizar qualquer fuga. Possui igualmente sensores de humidade inteligentes, capazes de detetar a necessidade ou não de rega em determinadas zonas relvadas do campo”.

O presidente da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) admitiu que levará “esta obra para o continente como exemplo de boas práticas”, relembrando que o “golfe é um importantíssimo produto económico do país, representa dois milhões de euros de receitas diretas só do turismo de golfe”.

Miguel Franco de Sousa admite que “ter um sistema de rega que permitisse ter o campo em boas condições o ano todo”, era “um dos aspetos que teria de ser acautelado”, mostrando disponibilidade “para analisar grandes eventos internacionais para a Madeira”.

Com a retoma da prática de modalidades desportivas individuais desde 04 de março, na Madeira, António Henriques confirmou que existe uma procura recente de mercado nacional.

“Temos tido muitos telefonemas de pessoas a querer cá vir”, contou o dirigente do CGSS, relembrando que os “continentais sempre adoraram vir à Madeira”.

Recorreu “aos apoios para conseguir manter os 42 funcionários” e António Henriques relembrou que num “ano normal” passavam “cerca de 20 mil golfistas pelo campo de golfe do Santo da Serra”, números bem diferentes em 2020.

“Tivemos uma redução da ordem dos 60%, foi muito violento e, então, com aqueles períodos que fechamos completamente tivemos mesmo a zero", apontou.

António Henriques deposita esperança na “reabertura do mercado inglês e alemão no mês de maio”, confiante num “segundo semestre de 2021 muito positivo”, explicando que “para a Madeira o turismo é fundamental, é o que faz girar toda a economia”.