O capitão Ricardinho expressou a intenção da seleção portuguesa de futsal se “intrometer” no lote dos favoritos ao Mundial, de forma a construir a própria história e ‘fechar’ com sucesso uma carreira repleta de títulos.

“Para mim, os favoritos são quem já ganhou. Obviamente que temos ambição, preparamo-nos para tentar estar lá, mas os favoritos são sempre os mesmos. Vamos tentar intrometer-nos nesse lote. Não é fácil, pois são seleções com muita qualidade e com história, mas nós queremos fazer a nossa”, disse, em entrevista à agência Lusa.

Após seis prémios de melhor jogador de futsal do mundo, três Ligas dos Campeões, um Europeu e inúmeras conquistas a nível nacional nos países onde jogou, Ricardinho prepara-se, aos 36 anos, para jogar o último Mundial e terminar com ‘chave de ouro’.

“Todos nós ambicionamos ganhar sempre algo pela nossa seleção. Conseguimos o Europeu, foi como tocar o céu, mas obviamente que queremos sempre mais. Agora, aparece o Mundial, numa altura em que temos um misto de juventude com jogadores experientes brutal. Estamos motivados e queremos melhorar o que foi feito no último Mundial”, afirmou o ala, em alusão ao quarto lugar alcançado em 2016, na Colômbia.

O jogador dos franceses do ACCS Paris alertou para a “evolução enorme” do futsal, o que implicou o fim dos “jogos fáceis” e das “goleadas à antiga”, confiando no trabalho do ‘staff’ na análise dos rivais na fase de grupos: Tailândia, Ilhas Salomão e Marrocos.

“Sabemos que não vai ser um grupo fácil, apesar de toda a gente que conhece menos de futsal olhar para os nomes e pensar que é fácil, mas não vai ser. São seleções de muita qualidade e, por isso, queremos fazer o mesmo de sempre: dar o melhor por Portugal, competir da melhor maneira e tentar chegar o mais longe possível”, avisou.

Deixando elogios aos três oponentes no Grupo C, Ricardinho considerou que Portugal efetuou “uma boa preparação” durante o estágio de um mês, assente em seis vitórias, contra Japão (3-2), Venezuela (2-1), Angola (4-3), Costa Rica (5-0) e Paraguai (2-1 em duas ocasiões), e uma derrota, frente ao Uzbequistão (1-3), onde pôde recuperar ritmo competitivo e alguma confiança, após ter sofrido uma grave lesão no tornozelo direito.

“Não é fácil vir de uma lesão, depois de muitos meses, mas estou aqui para tentar dar sempre o meu melhor e ajudar Portugal a chegar o mais longe possível, seja com golos, seja a correr, seja a fazer faltas, seja o que for preciso. Isto é um desporto coletivo e precisamos de todos para que consigamos chegar onde queremos chegar”, sublinhou.

Enquanto capitão e um dos elementos mais experientes do plantel às ordens de Jorge Braz, o portuense destacou a aposta que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) fez na formação de jovens talentos, traduzida na presença de muita juventude nesta fase final do Mundial, que recebem dicas de Ricardinho para evoluírem e ajudar a seleção.

“Tento passar confiança e dizer que estão aqui por culpa própria. Chegaram aqui para serem eles mesmos. São outras responsabilidades, parece que os erros se notam mais, mas que se divirtam, joguem o jogo deles e que deem o máximo, pois o futuro é deles. Ninguém tem lugar cativo e têm que batalhar para conquistar o seu espaço”, frisou.

O Mundial2021 de futsal vai decorrer de domingo a 03 de outubro, nas cidades lituanas de Vilnius, Kaunas e Klaipeda, estando a estreia portuguesa marcada para segunda-feira, com a Tailândia, seguindo-se encontros com as Ilhas Salomão, na quinta-feira, e com Marrocos, em 19 de setembro, na conclusão da fase de grupos.