A médica Mariana Pinto, jogadora de futsal da Académica, trabalha em exclusivo numa área dedicada à covid-19 na zona de Coimbra e admite que existe um grande desgaste físico e psicológico nesta fase.

“É uma altura de muito desgaste, tanto a nível físico como psicológico, e o distanciamento da família, dos amigos e do futsal torna esta altura difícil ainda mais complicada”, conta Mariana Pinto, de 27 anos.

Sem a atividade de toda uma vida, o futsal, onde ainda esta temporada se sagrou tricampeã distrital de futsal feminino da associação de Coimbra, ao serviço da Académica, a médica natural de Chaves, no distrito de Vila Real, explica que os tempos atuais “têm sido bastante cansativos”.

“Não só pelo trabalho diário, mas também pela preocupação constante com os doentes e muitas vezes com colegas que passam a ficar infetados também”, sublinha em declarações à agência Lusa.

Durante a pandemia de covid-19, Mariana Pinto tem trabalhado em exclusivo numa área dedicada à covid-19 na zona de Coimbra.

O trabalho envolve a observação de doentes que são encaminhados para aquela área, quer por indicação médica ou da linha Saúde24, ou por iniciativa própria.

“Temos de estar completamente equipados segundo as indicações da Direção-Geral da Saúde, para nos protegeremos o mais possível”, explica a médica que estudou na Universidade da Beira Interior, na Covilhã.

Os profissionais de saúde daquela área fazem ainda, por via telefónica, o acompanhamento de doentes suspeitos e confirmados que estão em isolamento no seu domicílio, e que sempre que é necessário são observados fisicamente, acrescenta.

Habituada a um contacto direto com os doentes, quer no centro de saúde, quer no hospital onde trabalha, a futsalista confessa que a necessidade de equipamentos de proteção é ainda uma barreira na comunicação que tem também de ser ultrapassada.

“É muito importante para o doente perceber a sua situação, qual é a sua situação clínica, as perspetivas de tratamento e o seu prognóstico. O tratamento e, consequentemente, o prognóstico torna-se mais fácil se o utente estiver completamente consciente da sua situação e dos cuidados que tem que ter”, lembra.

Além das preocupações profissionais, Mariana Pinto tem também que lidar com as pessoais. Radicada em Coimbra, optou por não voltar à sua terra natal, Chaves, onde vivem os pais.

“A família está longe e há mais de dois meses que não vou a Chaves, principalmente para os proteger”, adianta.

Longe também dos amigos, que espalhados pelo país respeitam as regras do estado de emergência, a atleta assume que os habituais encontros sociais “fazem falta”.

A ausência do futsal é também uma das preocupações para Mariana Pinto; após mais uma época de sucesso, com a conquista do tricampeonato distrital, a Académica preparava a presença na Taça Nacional de Futsal Feminino e a luta pela subida ao primeiro escalão.

“O futsal sempre teve para mim uma importância e uma presença constante e, nesta altura em que está tudo parado, também não ajuda e só complica. Todos os atletas estão a sentir isso neste momento”, confessa a jogadora que também já representou o Desportivo de Chaves, AD Flaviense e Valverde.

Mariana Pinto propõe ainda a criação por parte da Federação Portuguesa de Futebol de uma segunda divisão de futsal feminino, para que as equipas campeãs distritais não sejam prejudicadas.

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