A edição especial da Volta a Portugal em bicicleta, disputada em contexto de pandemia, conta com uma máquina portátil de testes rápidos à COVID-19, uma preciosa ferramenta de apoio ao diagnóstico para a equipa médico-sanitária da prova.

Estrategicamente colocado à entrada da ‘Zona 0’, a poucos metros da ‘triagem’ da temperatura feita diariamente a todos os elementos da prova autorizados a entrar na ‘bolha’ onde estão as equipas, o aparelho da Bosch, que é pouco maior do que uma máquina de café, desempenha um papel fulcral no apoio ao diagnóstico dos responsáveis pelo protocolo sanitário da prova, uma vez que apresenta resultados aos testes à covid-19 em apenas duas horas e meia.

“É uma peça fundamental de apoio à decisão clínica, não é um diagnóstico. É um meio complementar ao diagnóstico feito pelo médico coordenador, em consonância com a autoridade de saúde. Pode haver casos em que seja um negativo, mas por todo o ‘cluster’ de sintomas existentes [o indivíduo] ser um alto suspeito de covid-19”, esclareceu o responsável pela equipa médico-sanitária da edição especial da Volta a Portugal.

O médico Lima Quintas notou que, “obviamente, um positivo tem de ser tratado como um positivo, mas não quer dizer que um negativo não seja excluído da prova”.

“Nós temos uma tabela de decisão, que foi feita a nível da União Ciclista Internacional para nos ajudar, e as diretrizes da Direção-Geral da Saúde, no entanto a máquina vai ser fundamental para o apoio clínico e vamos tentar, em todas as equipas que tenham casos suspeitos, utilizar esta máquina para fazer esse apoio ao diagnóstico”, completou.

João Teixeira, responsável português da área de ‘cross selling’ da empresa alemã, confessou que, perante o contacto da Federação Portuguesa de Ciclismo e o desafio lançado pela organizadora desta edição especial, não houve hesitações: “É uma prova nacional, mítica, com acompanhamento nacional, dissemos logo que sim. Só tínhamos de saber as condições, o que era necessário”.

“Isto foi tratado em tempo recorde, portanto foi tentar arranjar as melhores soluções”, referiu, dentro da tenda amovível, mas fechada, que alberga a máquina de testes rápidos à covid-19, ela própria imune a variações de temperatura.

Para João Teixeira, a grande vantagem destes testes é a sua fiabilidade, “neste momento, fixada em um para um”, e também o facto de não ser preciso um técnico laboratorial para ‘ler’ o resultado.

O processo é simples: após ser feita a colheita, a amostra, recolhida com a comum zaragatoa, é retirada da pipeta onde é transportada, e colocada na máquina, que a recebe já depois de a identificação da pessoa a quem pertence ter sido feito através da leitura de um código de barras, e o resultado é processado num pequeno ecrã em tempo real.

Uma vez que a máquina tarda duas horas e meia a analisar os testes – os resultados em 45 minutos só estarão disponíveis no final de outubro – e só consegue analisar uma amostra de cada vez, foi estabelecido um protocolo, cabendo ao médico coordenador definir qual é o caso prioritário se houver mais do que um participante com sintomas de covid-19.

Esse mesmo protocolo sanitário prevê que cada uma das equipas seja acompanhada por um médico representante, que tem como função, além de assegurar o cumprimento das medidas relativas à pandemia da covid-19, verificar diariamente, até às 09:00, se os elementos da formação apresentam sintomas do novo coronavírus.

“09:00 é o ‘cut off’ máximo em termos de horário, para haver tempo útil para haver diagnóstico. Se há sintomas numa equipa, um dos médicos desloca-se ao hotel da equipa, faz a colheita, põe a colheita na máquina, e espera o resultado. Até ao meio-dia, de cada dia, temos de determinar se é positivo ou não”, indicou ainda.

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