O objetivo da Tadej Pogacar é ganhar a Volta a França, assumiu hoje o ciclista esloveno, segundo da geral individual, ressalvando, contudo, não saber como estará na última semana da prova que termina no domingo, em Paris.

“A ideia é ganhar o Tour. Num cenário ideal, vestia-a [a amarela] na véspera do contrarrelógio, mas vivemos num mundo real e se houver uma oportunidade, vou tentar”, respondeu o jovem líder da UAE Emirates ao ser questionado sobre se estava conformado com a segunda posição da geral, atrás do compatriota Primoz Roglic (Jumbo-Visma).

Pogacar confessou estar “um pouco surpreso” com o seu sucesso, contrapondo que nunca esperou vencer duas etapas no Tour, “especialmente no ano de estreia”, e disse estar preparado para envergar a amarela.

“Seria uma honra vestir-me de amarelo e acredito que a equipa poderia defendê-la”, argumentou, apesar da UAE Emirates estar reduzida a seis unidades, após os abandonos dos italianos Fabio Aru e Davide Formolo.

O jovem esloveno, que está a participar na sua segunda ‘grande Volta’, admitiu não saber como se sentirá nesta última semana da ‘Grande Boucle’, embora tenha recordado que na sua estreia, na Volta a Espanha do ano passado, foi terceiro.

“Não sei o que podem esperar de mim. Vou desfrutar do dia de descanso, que é bem-vindo, e depois logo veremos”, referiu, já depois de notar que hoje foi o colombiano Egan Bernal (INEOS) a fraquejar, mas noutras etapas o mesmo pode acontecer a si ou até a Roglic, que no Grand Colombier “pareceu impossível de deixar para trás”.

No entanto, Pogacar conseguiu mesmo bater o camisola amarela no final da 15.ª etapa, estragando os planos do seu amigo e compatriota.

“Claro que também queria ganhar hoje. A equipa fez um trabalho excelente, mas, no final, faltou-me um pouco de forças. Foi um dia bom para nós, os rapazes estavam a voar. ‘Chapeau’ para cada um deles. Até agora estamos a fazer um ótimo trabalho aqui no Tour”, elogiou o camisola amarela.

Roglic frisou que teria sido melhor ganhar quatro segundos em vez de perdê-los para Pogacar – devido às bonificações -, mas reconheceu que o seu compatriota foi melhor na inédita chegada ao Grand Colombier.

“Não me preocupo muito com os outros, quem está bem ou está mal. É melhor mantermos o foco em nós, é a única coisa que podemos controlar”, defendeu, em resposta a uma pergunta sobre Egan Bernal, o vencedor em título que perdeu mais de sete minutos e está fora da discussão pela amarela e pelo pódio.

Roglic vai passar o segundo dia de descanso da 107.ª edição vestido de amarelo, com 40 segundos de vantagem sobre Pogacar, enquanto Rigoberto Úran (Education First) sucede ao seu compatriota Bernal como terceiro da geral, a 01.34 minutos do esloveno da Jumbo-Visma.