O português Amaro Antunes (CCC), que hoje terminou a Volta a Itália em bicicleta no 54.º posto da geral, disse à Lusa estar orgulhoso da estreia em grandes Voltas, com destaque para o terceiro lugar na 19.ª etapa.

Pouco depois do final do contrarrelógio da 21.ª etapa, em Verona, que consumou o equatoriano Richard Carapaz (Movistar) como vencedor da 102.ª edição, o corredor luso, em estreia no pelotão WorldTour, fazia à Lusa um balanço “bastante positivo”.

“Foi uma experiência muito boa e enriquecedora. Só posso sair satisfeito, cheguei aqui com uma preparação que não era adequada para uma volta deste nível, e conseguir fazer o que fiz é um motivo de orgulho e satisfação”, afirmou.

Um dos pontos altos do ciclista algarvio de 28 anos chegou na 19.ª tirada, quando integrou uma fuga que vingou e terminou em terceiro lugar, tendo ficado muito próximo de conseguir a primeira vitória portuguesa no ‘Giro’ desde Acácio da Silva, em 1989.

“Não posso dizer que foi uma desilusão, mas era algo que ambicionava muito, sobretudo depois de tudo o que passei. (...) Nunca baixei os braços, dei o corpo às balas, mas acabei por ter dois atletas mais fortes [à frente]. A única ilação que tiro desta corrida são os bons indicadores”, explicou.

Antes, já tinha sido 10.º na sexta etapa, entrando no ‘top-10’ da geral, de que só saiu seis dias depois, e a vontade de voltar a uma prova “super, super, superdura” vai ficar “sempre”.

Agora, está focado em “recuperar e relaxar um pouco em casa” antes dos próximos objetivos, sendo que o maior é “a Volta a Espanha, depois do infortúnio antes do ‘Giro’”, revelou, mencionando também a lesão que sofreu pouco antes.

Não há objetivos definidos para a ‘Vuelta’, que será a segunda grande Volta da carreira após os bons indicadores numa prova que descreve como “bastante bonita e com muito público”.

Apesar de ter elencado o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), que terminou em terceiro, como favorito, Antunes tinha “uma relação de pelotão” com Carapaz, que sempre lhe mostrou “muita confiança” em conversas.

“Uma vez, em conversa, disse-me: ‘Amaro, estou como nunca’. Um atleta que diz isto com aquela convicção tem de estar forte e muito animado psicologicamente. Isso faz a diferença, por isso não me espanto com o resultado dele”, atirou.