A medalha de prata na final de perseguição individual dos Europeus de ciclismo de pista, em Glasgow, soube a pouco a Ivo Oliveira, que lamentou não ter sido "mais frio" na gestão da prova.

O gaiense completou o contrarrelógio de quatro quilómetros em 4.15,304 minutos, ficando quase a dois segundos de Domenic Weinstein, que totalizou 4.13,363, e sucedeu no historial de campeões europeus ao italiano Filippo Ganna, atual campeão do mundo, eliminado por Ivo Oliveira.

"Podia ter sido mais frio, como ele foi, e ter controlado os primeiros dois quilómetros. Ele se calhar foi mais inteligente nisso e eu quis partir como na qualificação. Devia ter sido mais frio com ele e tê-lo levado mais para o risco, ele podia ter sentido mais pressão", analisou o ciclista no final, em declarações à agência Lusa.

Insatisfeito, a primeira reação foi de frustração.

"Foi mau, perdi. Se ganhasse tinha corrido bem. É a quinta final [consecutiva] que eu perco entre Taça do Mundo, Europeus e Mundiais ao nível da elite. Hoje tinha tudo para ganhar, mas as pernas não responderam na final. O Domenic foi mais forte. Eu tentei fazer a mesma estratégia que fiz na qualificação, que correu bem", desabafou.

Por outro lado, vendo as coisas por outro prisma, Ivo Oliveira fica contente por ter entrado em cinco finais.

“Acho que não é toda a gente que consegue e eu fico contente. Mas também fica aquele grande descontentamento por chegar à final e perder sempre. Talvez tenha de melhorar alguma coisa. Acho que com os anos vou aprender a gerir a melhor isto e pode ser que um dia chegue a camisola”, sublinhou.

Ivo Oliveira, que tem 21 anos, recusou invocar a juventude ou inexperiência para justificar a derrota, mas reconhece que a tarimba do alemão na prática de perseguição por equipas pode ter desempenhado um papel.

Esta foi a quinta final consecutiva de Ivo Oliveira em Taças do Mundo, Europeus e Mundiais desta disciplina, um contrarrelógio de quatro quilómetros, em que os dois corredores partem de lados opostos da pista e que termina quando cumprem a distância, ou se, no caso da final, um dos concorrentes ultrapassar o adversário.

Na fase de qualificação, o gaiense, vice-campeão mundial e europeu da especialidade, bateu por boa margem o italiano Filippo Ganna e completou o contrarrelógio de quatro quilómetros em 4.13,600 minutos, conseguindo o segundo melhor registo.

Ivo Oliveira conquistou em março a medalha de prata em perseguição individual nos Campeonatos do Mundo de ciclismo de pista, em Apeldoorn, na Holanda, e deu a Portugal a primeira medalha de sempre em Mundiais, competição onde bateu o recorde português, que já lhe pertencia, ao rodar em 4.12,365 minutos.