O diretor executivo da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), António Júlio Nunes, enalteceu hoje, na Praia, a importância da fiscalização no âmbito do processo “Prova Limpa” e disse que é um “alerta” e uma preocupação para o país.

“É mais um sinal da importância da fiscalização nessa nesta matéria, porque o ciclismo, infelizmente, tem sido sempre uma modalidade muito massacrada pela temática da dopagem”, afirmou o responsável, após assinar um protocolo com a sua congénere cabo-verdiana para a luta contra a dopagem no desporto.

O antigo ciclista e ex-diretor desportivo da W52-FC Porto, Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal em 2003 e desapossado do triunfo de 2009 por doping, e José Rodrigues foram detidos, em 24 de abril, no âmbito da operação da PJ designada ‘Prova Limpa’, para a deteção de métodos proibidos e substâncias ilícitas em provas de ciclismo, sendo que 10 ciclistas da equipa W52-FC Porto foram constituídos arguidos no âmbito deste processo.

O diretor da ADoP disse que há muitas razões para estes casos acontecerem no ciclismo, que podem ir desde a intensidade da competição, até aos calendários desportivos, passando ainda pelo que considerou ser uma “cultura” desta modalidade.

“Esta situação foi uma situação de alerta, é realmente muito preocupante para Portugal percebermos que, apesar de toda a estrutura existente no país, pode haver situações como aquelas que aconteceram no âmbito desta investigação”, lamentou António Júlio Nunes, dizendo que agora é preciso esperar que o tempo da Justiça faça o seu percurso.

Embora se fale mais do ciclismo, o representante disse que a ADoP tem realizado várias ações de formação e controlos antidoping em outras modalidades em Portugal, que nos últimos anos têm vindo a subir em termos de casos positivos.

“A utilização de substâncias começa a chegar a outras modalidades que não só o ciclismo e cabe à ADoP e a toda a comunidade antidopagem tentar travar ao máximo este avanço, através da educação e formação, e também através da fiscalização e do sancionamento”, salientou.

O mesmo responsável lembrou que estes casos não são exclusivos nacionais, mas garantiu que a grande maioria dos atletas portugueses são 'limpos': “Existe uma pequena margem de atletas infratores que põem tudo em causa."

Neste sentido, insistiu na importância do controlo, para preservar o desporto e a sua beleza, mas também os fãs e adeptos que pagam para ver as modalidades.

“É importante que eles possam sentir que estão perante atletas limpos e que os resultados obtidos por esses atletas são verdadeiros”, terminou António Júlio Nunes.

Depois de detido e presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, Nuno Ribeiro ficou com as medidas de coação de proibição do exercício de funções como diretor desportivo, sujeito a apresentações semanais às autoridades policiais e impedido de contactar outros arguidos no processo.

Também José Rodrigues, diretor desportivo da equipa sub-23 Fortunna-Maia e adjunto de Nuno Ribeiro na formação ‘azul e branca’, também detido pela Polícia Judiciária (PJ), ficou sujeito às mesmas medidas de coação.

A investigação está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, sendo que o processo teve origem numa denúncia de um inspetor-chefe da PJ, elemento da ADoP.

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