A equipa madeirense do Clube Amigos do Basquete (CAB) vai mudar-se na sexta-feira para o continente para prosseguir na Liga feminina, após três meses e meio de paragem, confirmou à agência Lusa o presidente do clube.

O último encontro disputado pelo conjunto madeirense aconteceu em 25 de outubro de 2020, com uma vitória caseira diante do Quinta dos Lombos, por 82-81.

O percurso da equipa feminina do CAB foi interrompido após o encontro da quinta jornada, consequência da medida implementada pelo Governo Regional da Madeira, que suspendeu todas as competições não profissionais, decisão que se manterá pelo menos até 21 de fevereiro.

O presidente do clube insular, Pedro Freitas, começou por explicar que as ‘amigas’ vão deslocar-se para o continente por “um período de 10 dias”, onde serão disputadas cinco partidas, que ainda não têm data nem hora definidas, estando ainda ‘dependentes de outras equipas’.

A formação do CAB “parte em clara desvantagem competitiva”, segundo Pedro Freitas, que relembra as “cinco jornadas disputadas, que se seguiram de uma paragem de três meses e meio” em contraste com “as 15 que muitas equipas já completaram”.

A diferença de jogos é também um número que deixa “receosa” Carolina Bernardeco, atleta natural de Lisboa, que realiza a primeira época ao serviço da formação madeirense, após cinco anos a jogar e estudar nos Estados Unidos.

“Ao início, estávamos receosas, porque fazer três jogos por semana é, física e mentalmente, um esforço muito grande, mas, perante tanta incerteza com o que está a acontecer, estamos só agradecidas por podermos voltar a jogar”, explicou à Lusa a atleta formada em psicologia.

O receio de Pedro Freitas reside no número de atletas disponíveis para jogar, relembrando que se “existe o azar de uma mazela”, uma jogadora pode falhar logo “dois ou três jogos, mesmo que seja de rápido tratamento”.

Já Carolina Bernardeco, que enveredou no projeto madeirense “influenciada” pela sua irmã, Filipa Bernardeco, ex-atleta do Benfica que também representou o CAB (de 2015 a 2017), relembrou a “frustração e incerteza” que a formação atravessou ao longo dos três meses e meio de paragem.

A jogadora, de 23 anos, sublinha que será um “desafio a superar” cumprir o calendário até 28 de março, fim da Liga feminina, por “imposição da Federação Portuguesa de Basquetebol”.

“É um risco grande que estamos a correr, mas a vontade de terminar o campeonato era grande e vamos tentar fazer a melhor prestação possível”, acrescentou o presidente do clube madeirense.

A solução encontrada já foi praticada por outra equipa madeirense, o Marítimo, em duas situações distintas. A equipa feminina que milita na Liga de futebol, foi a pioneira, em dezembro, seguindo-se a equipa ‘B’ dos ‘verde rubros’, sediada atualmente no norte do país para prosseguir no Campeonato de Portugal.