O basquetebolista Jeremy Lin, o primeiro norte-americano de origem asiática a conquistar um título da NBA, criticou hoje o presidente Donald Trump, por este ter instigado ao racismo, ao qualificar a Covid-19 como vírus chinês.

"O que eu queria era que apoiasse as pessoas vulneráveis que estão e que irão sofrer com a nossa má gestão deste vírus, incluindo aquelas que serão afetadas pelo racismo que você instiga com as suas palavras", escreveu Lin no Twitter, dirigindo-se diretamente a Donald Trump.

Desde que eclodiu a crise de saúde causada pelo coronavírus, Donald Trump usou a expressão "vírus da China" várias vezes, tendo a Casa Branca justificado a sua utilização por parte do presidente com a existência de outras pandemias cujo nome foi atribuído em função da sua referência geográfica.

"Não quero ouvir falar do sarampo alemão ou da gripe espanhola, porque todos os dias os asiáticos que conheço são ameaçados e agredidos fisicamente. Não quero saber desse histórico de nomes de doenças. O que sei é que essa mensagem subliminar antichinesa apenas reforça o ódio contra os asiáticos", acrescentou Jeremy Lin na sua mensagem.

Nascido em Torrance, Califórnia, filho de pais de Taiwan, Lin estreou-se na NBA em 2010 ao serviço dos Golden State Warriors, antes de se tornar uma estrela efémera em Nova Iorque, em 2012, com uma série de desempenhos individuais tão marcantes quanto inesperadas, o que lhe valeu o apelido "Linsanity" (loucura).

Jeremy Lin representou equipas como Houston Rockets, Los Angeles Lakers, Charlotte Hornets, Brooklyn Nets, Atlanta Hawks e Toronto Raptors, ao serviço dos quais foi campeão da NBA na época passada, um título inédito por ter sido a primeira conquista de uma equipa do Canadá na liga norte-americana de basquetebol.

No verão passado, transferiu-se para o Beijing Ducks no campeonato chinês (CBA), cuja temporada está suspensa desde 1 de fevereiro devido ao coronavírus.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.