Nelson Évora salta hoje a sua sétima final, entre Jogos Olímpicos e Campeonatos do Mundo de atletismo, e promete intrometer-se no duelo entre norte-americanos e cubanos pelas medalhas do triplo dos Mundiais de Londres.

Aos 33 anos, o muito experiente atleta luso não se impressiona nada com ambientes como o estádio olímpico de Londres, ele que em Mundiais já colecionou uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze.

A carreira, marcada por lesões graves, ainda está longe de acabar, como mostrou nos Europeus 'indoor', competição em que é bicampeão e esta época lhe valeu os 17,20 metros com que se apresenta como o sexto na final.

Melhor que ele, este ano, só os três atletas dos Estados Unidos e dois cubanos. Évora vem logo a seguir e promete entrar nas contas pelas medalhas, apesar de estar consciente de que o ouro está distante, tal a classe que Christian Taylor continua a patentear.

Taylor é atualmente o rei absoluto e os 18,11 este ano voltam a deixar no ar o ataque ao recorde mundial, ainda do galês Jonathan Edwards.

Seguem-se, na lista de 2017, os norte-americanos Will Claye (17,91) e Christian Bernard (17,48) e os cubanos Andy Diaz (17,40) e Cristian Nápoles (17,27).

Notável é a resiliência da escola cubana de triplo, que acaba de perder os seus dois melhores valores - Pedro Pablo Pichardo desertou e compete em Portugal, admitindo a naturalização, enquanto Alexis Copello (que está nesta final) já se naturalizou azeri.

Há dois anos, no último grande momento da sua fabulosa carreira, Nelson foi ao bronze com 17,52 metros, atrás de Taylor (com 18,21, a oito centímetros do recorde do mundo) e Pichardo, com 17,73.

O outro destaque do dia, no programa de finais, são os 200 metros masculinos, francamente mais interessantes depois das atribuladas meias-finais da véspera.

O sul-africano Wayde van Niekert, o campeão de 400 metros, não impressionou nada e só chega à final por repescagem. Partirá da pista 3, o que pode jogar em seu desfavor.

Quem redobrou a sua condição de favorito foi Isaac Makwala, o líder do ano, que nos últimos dias 'viveu um filme' absolutamente imprevisível.

Primeiro, esteve retido no hotel, em quarentena, por razões médicas e de saúde pública, falhando as 'meias' de 400 e a ronda inicial dos 200 metros.

Depois, a título excecional, a IAAF autorizou-o a correr sozinho uma série - foi perfeito no 'crono', ganhou o direito a uma das meias-finais e depois apurou-se para a corrida de hoje, com todo o mérito.

O título está vago - era de Usain Bolt. O jamaicano ganhou há dois anos, à frente de Justin Gatlin, dos Estados Unidos.

A única final feminina do dia é a dos 400 metros barreiras, com a checa Zuzana Hejnová a defender o título.

A época tem sido totalmente dos Estados Unidos - o top-5 é do país - e na final estarão Dalila Muhamad (líder do ano), Cassandra Tate e Kori Carter.