Com dificuldade em esconder as lágrimas, a judoca Bárbara Timo reconheceu a superioridade da britânica Gemma Howell, que hoje a voltou a vencer e a eliminou no primeiro combate nos Europeus em Sófia.

“Quando a adversária é melhor do que eu, a humildade fala mais alto, ela foi melhor. Mesmo tentando controlar todas as variáveis possíveis, treinando o melhor que posso, tentando melhorar todos os pormenores, mas aqui dentro do tapete só me posso controlar e saber que ela foi melhor”, disse no final a judoca.

Bárbara Timo sabia à partida que a exigência que o sorteio lhe colocara pela frente era extrema, por defrontar uma oponente que também desceu de categoria – mantendo toda a sua potência muscular -, e a quem nunca venceu.

“Eu tenho dificuldade em lutar com ela, já lutei outras vezes, umas três ou quatro vezes e perdi todas. Mesmo a treinar bem, eu treino, tenho confiança, acredito, vou tentando sempre estratégias diferentes, mas tenho dificuldades”, admitiu.

Para a judoca, que se apresentou em -63 kg sem ser cabeça de série, numa categoria em que até tem vencido, mas ainda não tem pontos suficientes para se colocar entre as primeiras, o mais importante continua a ser o conhecimento das adversárias.

“Se fosse para escolher preferia pegar uma das atletas novas, que é um dos objetivos desta nova categoria, para conhecer, para os grandes campeonatos, mas já que ela [Gemma Howell] é desta categoria também tenho de aprender a lutar com ela”, lembrou.

No circuito ou em estágios, a judoca olímpica do Benfica considera ser fundamental ir cimentando o conhecimento das adversárias na nova categoria de peso, e mesmo em relação ao Howell, que a venceu duas vezes em 2017, e em 2020.

“Também não pego no quimono dela para treinar ou competir há mais de dois anos. A última vez que lutei com ela foi em Paris, em 2020”, disse, perspetivando um ano em que possa efetuar outras provas, em Open e Grand Slam, para ganhar esse conhecimento.

Portugal compete nos Europeus de Sófia, a decorrerem até domingo, com 11 judocas, numa competição em que Catarina Costa conquistou na sexta-feira a primeira medalha lusa e a 39.ª da história da seleção, ao ser prata em -48 kg.