A seleção portuguesa terminou os Europeus de judo em Sófia cabisbaixa, com a certeza de que a participação poderia ter sido melhor, numa competição em que a medalha de prata de Catarina Costa foi um 'oásis'.

“Sabemos a qualidade dos nossos atletas e é isso que nos deixa um sabor agridoce, porque apresentando esta equipa ficamos com a sensação de que podíamos muito mais”, admitiu a selecionadora Ana Hormigo.

A treinadora nacional, um cargo que desempenha ao lado do também ex-judoca Pedro Soares, sabe que os resultados nos últimos três dias na capital da Bulgária, onde decorreu a 70.ª edição dos Europeus, não são, atualmente, o que se espera da seleção.

“A medalha sabe a pouco, esta equipa tem posto a fasquia sempre muito alta. As últimas competições do circuito correram bem, medalhámos nas competições, não foi só um atleta a medalhar”, lembrou.

Ana Hormigo justificou essas expectativas com os resultados nos últimos meses de Telma Monteiro, Jorge Fonseca, Bárbara Timo, Anri Egutidze, Catarina Costa ou Patrícia Sampaio, que chegaram a Sófia depois de importantes medalhas no circuito internacional.

De todos, Catarina Costa foi a exceção pela positiva na Bulgária, com a judoca conimbricense a perder apenas na final de -48 kg, saindo dos Europeus com a medalha de prata, a sua primeira na prova continental.

“Todos eles podiam ter avançado, independentemente de alguns não serem cabeças de série, nomeadamente a Patrícia [Sampaio], não era cabeça de série, mas sabíamos que ela conseguia e conseguiu eliminar duas que estavam à frente dela (…). Ou seja, eles estão num grande nível e temos uma expectativa muito grande”, acrescentou.

Patrícia Sampaio, que competiu no último dia, no domingo, teve o segundo melhor desempenho da seleção, com a judoca de Tomar a sair apenas de prova, depois de uma lesão com alguma gravidade, um deslocamento do ombro direito.

Uma situação que a deixou fora da luta pelas medalhas, já nas meias-finais de -78 kg, com a judoca a abandonar a meio do combate, incapaz de mover o seu ombro direito, pouco depois de uma tentativa de chave da adversária.

“É o que nunca queremos que aconteça, mas na nossa modalidade é um risco que eles correm, e, infelizmente, a Patrícia tem tido azar nesta parte das lesões, mas acho que estava bem fisicamente, e preparada para tudo. Infelizmente isto não conseguimos controlar, são aquelas lesões traumáticas”, sublinhou a selecionadora.

Os resultados de Sófia, com sete judocas eliminados ao primeiro combate (Telma Monteiro, Rodrigo Lopes, Bárbara Timo, João Fernando, João Crisóstomo, Anri Egutidze e Jorge Fonseca), deixa-os abatidos.

“Sei que eles saem daqui cabisbaixos, mas sei que a motivação para o trabalho vai ser ainda maior e vão querer cada vez mais”, adiantou a selecionadora, explicando que a motivação pós Europeus vem da própria insatisfação de cada atleta, que quer sempre mais.

No balanço, Francisco Mendes, um estreante em Europeus, conseguiu chegar ao segundo combate em -60 kg, tal como Joana Diogo em -52 kg.

Após os Europeus, a atenção estará direcionada para o apuramento olímpico, que se inicia em junho com o Grand Slam da Mongólia, e prossegue em julho, com a mesma competição em Budapeste, ainda muito antes dos Mundiais da modalidade, no Uzbequistão, em outubro.

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