O presidente da Federação Europeia de Handebol (EHF), o austríaco Michael Wiederer defendeu que a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio na primavera de 2021 “não é uma opção desejável”, numa entrevista publicada hoje no sítio do organismo.

“Um calendário internacional estável é essencial para a organização de competições nacionais e europeias. O agendamento dos Jogos na primavera de 2021, no meio da temporada, afetaria dramaticamente todas as provas”, afirmou Michael Wiederer.

O dirigente aponta, por exemplo, o impacto negativo que as novas datas dos Jogos Olímpicos de Tóquio teriam no Mundial de andebol do Egito, agendado para 2021, pelo que considera que a sua realização na primavera do próximo ano “não é uma opção desejável”.

O andebol europeu adiou todas as suas competições até junho, se a crise do novo coronavírus (Covid-19) permitir que nessa altura possam ser retomadas, pelo que o final da temporada de 2019-20 pode levar apenas algumas semanas antes do início da de 2020-21.

“É óbvio que não jogar gera despesas sem receita. Foi por isso que fomos os primeiros a definir uma nova data e faremos tudo o que for possível para organizar todos os nossos eventos, que são a montra do andebol”, disse Michael Wiederer.

A confirmação do adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 surgiu na terça-feira, após a pressão de vários organismos e instituições, através de um comunicado conjunto do Comité Olímpico Internacional (COI) e do Comité Organizador dos Jogos.

A decisão do adiamento, de acordo com o COI e o Comité Organizador, foi tomada “para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e da comunidade internacional”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000. Dos casos de infeção, pelo menos 108.900 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

A Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até hoje.

Em Portugal, registaram-se 60 mortes e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde.

Dos infetados, 191 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.