O selecionador português de andebol, Paulo Pereira, espera um jogo de "altíssima exigência" com a Suécia, vice-campeã europeia, mas prometeu uma "resposta excecional" da equipa nacional no arranque do Grupo II da ronda principal do Euro2020.

"Vai ser um jogo de altíssima exigência, mas estamos tranquilos. Vamos fazer o nosso papel. Jogar como até agora, sem constrangimentos. (...) De certeza que vamos dar uma resposta excecional", disse Paulo Pereira, em encontro com a comunicação social, na cidade sueca de Malmö, palco de jogo de sexta-feira.

O treinador reconheceu a "importância" de entrar a ganhar, uma vez que Portugal - tal como a Suécia - inicia a segunda fase da competição com zero pontos, ao contrário de três das seis seleções do Grupo II, que começam com dois pontos transportados da ronda preliminar, mas admitiu que não será tarefa fácil.

"[A Suécia] é uma seleção que tem ataque fortíssimo. Faz cerca de 40% dos golos em contra-ataque, portanto, vamos ter de correr de forma excecional na recuperação defensiva. Tem um jogo similar ao da Noruega e vamos tratar de estar melhor do que estivemos no jogo da Noruega nesse aspeto", observou.

Portugal perdeu por 34-28 com os noruegueses no último encontro do Grupo D da ronda preliminar, que se disputou em Trondheim, depois de já ter conquistado a qualificação para a segunda fase, graças às vitórias sobre a França (28-25) e a Bósnia-Herzegovina (27-24).

Tal como na partida com a Noruega, vice-campeã mundial, Portugal volta a defrontar uma seleção anfitriã, uma vez que o Europeu se disputa pela primeira vez em três países diferentes, que incluem ainda a Suécia e a Áustria, e Paulo Pereira não escondeu algum incómodo.

"Jogamos duas vezes seguidas - com a Noruega e a Suécia - em que [o adversário] joga em casa. Amanhã [sexta-feira], vão ser 12.000 [adeptos]. Portanto, vamos ter cerca de 11.500 contra nós e 500 meio perdidos. Mas é assim que vamos crescendo", sustentou.

O selecionador advertiu que os jogadores portugueses precisam de aprender "a gerir este ruído", considerando que para disputar um Europeu é preciso "aprender a convier com todo o tipo de dificuldades", com as quais os suecos também terão de lidar.

"Vai ser um jogo de altíssima dificuldade, mas não temos nenhum tipo de obrigação. A Suécia é que está obrigada a ganhar em casa. E nós temos a obrigação de jogar de igual para igual", notou Paulo Pereira, que dedicará o treino de hoje à tarde a trabalhar, "sobretudo, a defesa".

O técnico elogiou também o central Jim Gottfridsson, que apelidou de "o cérebro da seleção sueca", que "tem um tiro em apoio fantástico e organiza muito bem o jogo", mas deixou o aviso: "Independentemente das características de cada equipa, acho que podemos intrometer-nos no meio deles e competir até ao final".

Após 14 anos de ausência, Portugal está a disputar pela sexta vez a fase final do Campeonato da Europa, no qual tem como melhor resultado o sétimo lugar alcançado em 2000, na Croácia, iniciando a participação na ronda principal na sexta-feira, frente à Suécia, em jogo com início às 20:30 (19:30 em Lisboa).

A ‘equipa das quinas’ ficou integrada no Grupo II da ronda principal do Euro2002, em conjunto com Noruega, Hungria, Eslovénia (todas com dois pontos, conquistados nos jogos da primeira fase frente à outra seleção apurada), Suécia e Islândia (ambas em ‘branco’).