O canoísta português Norberto Mourão garantiu hoje ter arrancado “a matar” e acabado “a morrer” a final dos 200 metros VL2, dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, na qual conquistou a medalha de bronze.

“Foi arrancar a matar e acabar a morrer, acabei a dar o estoiro, não havia mais nada para dar”, disse Norberto Mourão, mostrando-se “radiante” com o resultado conseguido no Sea Forest Waterway, onde há cerca de um mês o amigo Fernando Pimenta conseguiu o bronze olímpico na prova de K1 1.000 metros.

Norberto Mourão, que deu a Portugal a sua primeira medalha na modalidade em Jogos Paralímpicos, considerou que o resultado alcançado “é fruto de um trabalho intenso desde 2011” e mostra que a opção de há uns anos trocar o caiaque pela canoa foi boa.

“A medalha confirma que a aposta de mudar do caiaque para a canoa foi ganha, não só nos resultados europeus e mundiais, mas também na prova mais importante de todas, os Jogos Paralímpicos”, afirmou o canoísta, que junta o bronze de Tóquio2020 aos títulos de campeão europeu e vice-campeão mundial.

Norberto Mourão, que terminou atrás do brasileiro Paulo Rufino e do norte-americano Steven Haxton, medalhas de ouro e prata, respetivamente, considerou que as condições meteorológicas foram as piores possíveis.

“Voltaram a estar as piores condições para mim, havia vento de frente e do lado esquerdo, um vento que favoreceu o brasileiro e o norte-americano, porque eles pagaiam do lado esquerdo”, afirmou Norberto Mourão, que conclui a prova em 55,365 segundos, a 2,288 segundos do brasileiro.

O canoísta, que perdeu as duas pernas num acidente de moto, considerou que o ano de 2021 “é o melhor de sempre a nível desportivo” e lembrou que daqui a menos de três semanas vai disputar os Mundiais, em Copenhaga.

“Ainda tenho os Mundiais, depois vou descansar e começar a olhar com calma para o próximo ciclo”, afirmou o atleta, de 40 anos, que treina habitualmente no Centro de Alto Rendimento de Montemor.

Com a medalha ao peito, mas ainda sem ter tido tempo para olhar para o telemóvel, Norberto acredita ter já recebido uma mensagem de parabéns de Fernando Pimenta.

“Temos uma cumplicidade muito grande. Na canoagem é assim, treinamos juntos, vamos para as provas juntos, competimos juntos, apenas em regatas diferentes, o que faz com o grupo seja muito unido. Isso é a inclusão, somos todos iguais”, explicou.