Mais de 80% dos residentes da Aldeia Olímpica nos Jogos Tóquio2020, que arrancam em 23 de julho, estarão vacinados contra a covid-19, revelou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI).

Numa nota que acompanha a publicação da terceira, e última, versão do manual relativo à pandemia para atletas e outros agentes desportivos, o COI dá conta deste valor, relativo a ‘residentes’, não só dos Jogos Olímpicos, mas também da Aldeia Paralímpica, logo a seguir.

“Também uma alta percentagem de outros participantes nos Jogos que se deslocam ao Japão estará vacinada. Isto incluirá entre 70% a 80% dos profissionais de comunicação social acreditados, segundo as últimas informações transmitidas”, pode ler-se.

Por outro lado, num momento em que a opinião pública no Japão se tem manifestado contra a realização da competição, o COI recordou também que “está garantido que os residentes da Aldeia não terão contactos próximos com a população japonesa no geral”.

A vacinação de 40 mil participantes locais, após um acordo entre a Pfizer e o COI, também foi reforçada.

Outra informação relevante no novo manual, que antecede as versões para jornalistas, federações e outros profissionais acreditados, nos próximos dias, é a especificação do leque de sanções a que os atletas estão sujeitos.

Aquelas vão de avisos à desqualificação e mesmo expulsão do Japão, além de sanções monetárias, na parte mais dura de um documento que, de resto, serve para ‘suavizar’ algumas das exigências sanitárias anteriores.

Mesmo com testagem diária e um estrito controlo de movimentos, por GPS e aplicações para telemóvel dedicadas, as linhas gerais assentam na testagem em massa de todos os participantes para assegurar que “em princípio” nenhum caso positivo ao novo coronavírus escapa à deteção.

As sanções aplicam-se à recusa em ser testado, no incumprimento de medidas de distanciamento, do plano de atividades submetido previamente ou à deslocação fora da lista de locais autorizados.

Os participantes incorrem ainda em possíveis sanções a nível dos comités olímpicos nacionais, com base na Carta Olímpica, que podem implicar a suspensão permanente dos Jogos, mas também das próprias autoridades nipónicas.

Os testes diários serão reconfirmados em caso de positivo, numa instalação dedicada na Aldeia, com os contactos próximos imediatamente colocados em quarentena, numa logística que lidará com mais de 100 mil profissionais acreditados ao todo.

O diretor desportivo do COI, Kit McConnell, disse hoje que os atletas que tenham testes positivos não vão perder o resultado mínimo que teriam conseguido nas provas em que participariam.

Na prática, por exemplo, um atleta que se apure para uma final disputada a dois ganhará uma medalha de prata, mesmo que outra seja atribuída, ao repescar outro competidor para a disputar.

O objetivo dos regulamentos, definidos em acordo com as federações internacionais que regem desportos olímpicos, é a de garantir “a integridade da competição” e não penalizar atletas, ou equipas, “por algo que não é necessariamente culpa sua”, explicou ao portal especializado InsideTheGames.

Os Jogos Olímpicos, adiados um ano devido à covid-19, vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto.