O selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, disse hoje à Lusa que a convocatória para Tóquio2020 será “a mais difícil” da sua vida e que o objetivo para o Japão passa por “lutar pelas medalhas”.

Os regulamentos dos Jogos Olímpicos ditam que cada seleção terá 14 jogadores, mais um ‘suplente’, que só jogará em caso de substituição por lesão, pelo que Paulo Jorge Pereira lamenta “ter que deixar de fora três atletas, que habitualmente estão presentes”.

“Já estou a pensar nisso e, às vezes, acordo a pensar nisso. A primeira questão é quem vai sair. Ninguém merece sair. E a segunda é como é que nos vamos redefinir para continuarmos a ser competitivos em termos defensivos. Vai ser muito difícil”, reconheceu.

Caso o selecionador opte por levar dois jogadores por posto específico, vai ter que ser obrigado a recorrer a um plano B para os jogos, uma vez que habitualmente integra na ficha de jogo quatro pivôs, que também são defensores centrais.

“Vai ser a convocatória mais difícil da minha vida. Habitualmente levamos 18 atletas. Teremos que excluir três que estão sempre presentes e isso obriga-nos também a redefinir o que é a forma de jogar da nossa equipa”, considerou.

Portugal ficou integrado no grupo B do torneio olímpico, com as seleções da Dinamarca, Suécia, Japão (anfitrião), Egito e Bahrain e o objetivo, numa primeira fase, passa por alcançar um dos quatro lugares de acesso aos quartos de final.

“Passar à fase seguinte é a coisa mais importante”, considerou o selecionador, realçando que defrontar o Egito no primeiro jogo e o Bahrain no segundo “obriga a entrar na competição a 200”, porque são seleções que Portugal pode vencer.

A seleção portuguesa terá como adversários no grupo B os dois finalistas do Mundial2021, a Dinamarca (campeã) e a Suécia (vice), o Egito, eliminado nos penáltis pelos dinamarqueses, o anfitrião Japão, “com um investimento brutal”, e o Bahrain, “que tem evoluído muito nos últimos anos”.

“É interessante acabar [a fase de grupos] com o Japão, porque é um jogo em que pode estar tudo ainda em aberto. Nós temos opções para ganhar ao Japão, que a jogar em casa vai ser uma dificuldade”, reconheceu o selecionador Paulo Jorge Pereira.

O Japão, como prerrogativa de país anfitrião dos Jogos Olímpicos, não foi sorteado na quarta-feira entre o lote das 12 seleções finalistas e escolheu o grupo, já depois de conhecida a sua constituição, optando pelo B em que se encontra Portugal.

“Escolheu [o B] porque viu Bahrain, Portugal e Egito, e pensou vamos para aqui. Pensaram que era o grupo mais acessível. Oxalá tenham uma surpresa, mas teoricamente eu faria o mesmo no lugar deles”, reconheceu o selecionador nacional.

De entre os potenciais adversários no sorteio, havia um que Paulo Jorge Pereira queria evitar nesta fase, que era a Espanha, mas apenas pela razão de que as seleções têm previsto dois jogos de preparação marcados para 08 e 10 de julho.

Paulo Jorge Pereira assume o objetivo de passar aos quartos de final, ao alcance das quatro seleções mais bem classificados de cada um dos dois grupos e depois, na fase a eliminar (em que as equipas se cruzam), “jogar para as medalhas”.

“Qual não sei, só quero uma. Não vamos virar a cara a isso. Não é uma utopia. Se passarmos à fase seguinte, quem jogar melhor e controlar as emoções ganha”, defendeu o selecionador, reconhecendo que os condicionalismos ditados pela atual situação pandémica provocam ansiedade acrescida nos jogadores.

Paulo Jorge Pereira abordou ainda o carrossel de emoções que a seleção atravessou este ano, com o 10.º lugar no Mundial, seguido da perda de Alfredo Quintana, que morreu na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, e o apuramento para Tóquio2020,

“Preferia não ter sido apurado para os Jogos Olímpicos e ter o Alfredo [Quintana] entre nós. O facto de ele nos ter faltado foi um motivo enorme de raiva que toda a gente canalizou em energia para superar as adversidades e atingir objetivos”, disse.

Paulo Jorge Pereira reconhece que a seleção ainda está “muito longe daquilo que é o ideal”, mas está a melhorar em vários aspetos, como o da confiança, e tem que “continuar a trabalhar para se consolidar como grupo e produzir ainda mais”.

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