Meio milhar de tibetanos manifestaram-se hoje diante da sede do Comité Olímpico Internacional (COI) em Lausanne, na Suíça, contra a organização dos Jogos Olímpicos (JO) de inverno em Pequim.

Vindos de toda a Europa, os manifestantes percorreram os três quilómetros que separam a sede do COI do museu olímpico, na véspera da cerimónia de abertura dos JO de inverno na capital da China.

Vários seguravam bandeiras e máscaras tibetanas e outros cartazes com mensagens como “Salvem o Tibete”, “Parem as violações dos direitos humanos no Tibete” ou “Chega de jogos sangrentos”.

O artista tibetano Loten Namling, que vive na Suíça há 32 anos, liderou o protesto em esquis pintados com a palavra “liberdade”, segundo a agência France-Presse.

“Arrasto a bandeira chinesa porque a China destruiu o meu país, a China destruiu a minha cultura. Para que percebam o quão difícil é para nós”, disse, adiantando: “Nunca se deveria conceder a organização das Olimpíadas a assassinos em massa e ditadores. É hora de dizer para pararem”.

Os opositores tibetanos criticam o domínio de Pequim sobre a região do Himalaia, que foi anexada pela China em 1951, e acusam o governo chinês de repressão religiosa e cultural.

Pequim não reconhece o autodeclarado governo tibetano no exílio e acusa o líder espiritual exilado Dalai Lama de querer que o Tibete se separe da China.

Entre os manifestantes encontrava-se uma dúzia de apoiantes da minoria muçulmana uigure da China, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

A China é acusada de deter mais de um milhão de uigures, bem como de vários abusos contra esta minoria, incluindo a esterilização forçada, na província de Xinjiang, no extremo noroeste do país, como parte de uma campanha para eliminar a sua cultura, língua e crenças tradicionais.

Os Estados Unidos, a Austrália, o Canadá e o Reino Unido não vão enviar representantes à cerimónia de abertura dos JO de inverno devido aos crimes em Xinjiang e a outras violações dos direitos humanos.