Os Estados Unidos anunciaram hoje um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno Pequim2022, devido às “flagrantes violações dos direitos humanos” em curso em Xinjiang.

“O governo [do presidente Joe] Biden não enviará nenhuma representação diplomática nem oficial aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno Pequim2022”, disse a porta-voz da Casa Branca, em conferência de imprensa.

Estando presente, “a representação diplomática norte-americana trataria estes Jogos como se nada se passasse, apesar das flagrantes violações dos direitos humanos e atrocidades da China em Xinjiang”, justificou Jen Psaki. “E isso não podemos fazer”, completou.

Com o boicote, nenhum representante do governo dos Estados Unidos estará presente em Pequim2022, embora a decisão não afete os atletas norte-americanos apurados para as duas competições.

“Os atletas da equipa norte-americana têm o nosso apoio. Estaremos com eles a 100%”, declarou a porta-voz.

Em reação à tomada de posição norte-americana, o Comité Olímpico Internacional (COI) diz "respeitar" a mesma, bem como regozija-se por esta decisão "política" não colocar em causa a participação dos desportistas norte-americanos.

"A presença de responsáveis governamentais e diplomatas é uma decisão puramente política de cada governo, que o COI, dentro da sua neutralidade política, respeita plenamente", indicou um porta-voz do organismo olímpico à AFP.

Em 18 de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já tinha admitido que o país estava “a considerar” um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, como forma de protesto contra a violação de direitos humanos em solo chinês.

Associações e organizações não-governamentais há muito que instam a um boicote a Pequim2022, acusando o governo chinês de manter mais de um milhão de muçulmanos uigures em campos de reeducação política na província de Xinjiang, uma realidade que os norte-americanos denunciam como uma situação de “genocídio”.

Pequim2022 decorrerá de 04 a 20 de fevereiro do próximo ano, na capital chinesa, e a participação no evento tem dividido a política norte-americana, com vários projetos no Congresso destinados quer a sancionar empresas que apoiem o evento quer a instar a um boicote total.

O Comité Olímpico Norte-Americano pediu, contudo, para que não se punam os atletas após quase dois anos de pandemia de covid-19, além de lembrar o boicote em Moscovo1980, entre outros, como “um erro”, dada a transformação do desporto numa “ferramenta política”.

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