“Não acredito que exista obstáculo do azar. Foi o único que não ultrapassei na perfeição, por isso caiu. Não foi por ser o 13, mas porque faltou um pouco de precisão”, disse a 10.ª classificada.

No Parque Equestre de Tóquio, e num circuito diferente do da véspera, Luciana, montando Vertigo du Desert, concluiu a prova em 84,69 segundos, derrubando o penúltimo obstáculo, para uma penalização de quatro pontos, que a colocou fora da discussão dos primeiros lugares num 'jump off'.

“Foi erro da cavaleira, o cavalo esteve perfeito. Cometi uma pequena falha, que foi minha. Devia ter dado mais apoio. É isso que me motiva a aperfeiçoar-me a cada obstáculo e cada dia”, completou.

Aos 50 anos, a luso-brasileira acredita que ainda vai a um pódio olímpico com as cores de Portugal e, no fim do concurso, estava em paz.

“É difícil dizer agora o que poderia ter feito (nesse obstáculo). Dei o meu melhor, estou agradecida. Tenho ainda mais motivação para o futuro”, assumiu.

Luciana Diniz elogiou o “caráter e foco” do “incrível e maravilhoso” Vertigo du Desert, mas ainda não sabe se este será o seu cavalo no caminho para Paris2024, recordando os seus 12 anos, que na altura serão 15, sendo que tem outros a ser preparados para o futuro.

Em Londres2012, Luciana Diniz teve o azar de perder o estribo no fim do seu percurso, sendo 17.ª, e, no Rio2016, fez falta no último obstáculo, ficando em nono lugar. Em Atenas2004, tinha sido 38.ª, em representação do Brasil.

Atuar em Jogos Olímpicos por “dois países do coração” é um orgulho para a cavaleira, que assume o “arrepio” quando compete por Portugal, o país do seu avô, que a inspirou.

“Representar Portugal é muito, muito especial. E tenho a certeza de que inspiro muitas pessoas em todo o mundo. Amo o que faço, com paixão”, vincou.

Luciana Diniz prometeu “continuar a tentar ganhar a medalha”, assegurando que “nunca” desistirá desse sonho, que não se esgota no pódio.

“Vamos continuar a tentar o pódio. Nunca desisto dos meus sonhos. A felicidade está no caminho dos sonhos. É o processo. Não é a medalha que me faz feliz. É o processo. O caminho. Estou muito feliz por estar aqui”, concluiu.