A nadadora italiana Federica Pellegrini, de 31 anos, anunciou hoje que vai adiar o final da carreira para poder participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, que na terça-feira foram adiados para 2021 devido à pandemia da Covid-19.

“Sinto-me dividida. Por um lado, só de pensar que tenho de nadar mais um ano… não consigo acreditar. Parece uma piada. Mas, ao mesmo tempo, não consigo parar”, disse Pellegrini, campeã olímpica dos 200m livres em Pequim2008, num vídeo publicado na sua conta oficial da rede social Instagram.

Anteriormente, a nadadora italiana, que foi seis vezes campeã mundial de 200m e 400m livres e detém o recorde mundial dos 200m, tinha anunciado que os Jogos Olímpicos de Tóquio seriam a última competição da sua carreira.

“O adiamento faz todo o sentido, tendo em conta o que está a acontecer no mundo. Muitos atletas não têm treinado nas melhores condições, outro não podem treinar, e chegariam aos Jogos sem a preparação necessária. É a decisão certa”, disse.

Em declarações à imprensa italiana, Pellegrini explicou que vai reformular todo o seu plano de treinos para estar em condições de poder competir em Tóquio no próximo ano.

“Vamos ver se o corpo deixa. Se os Jogos tivessem sido adiados para 2022, teria de manter a minha decisão de parar. Já não teria condições”, concluiu.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia da covid-19, anunciaram o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.

“Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021”, lê-se no comunicado.

Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada “para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas. Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.