O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, garantiu hoje à Lusa que o Governo quer manter o apoio aos atletas dos programas olímpico e paralímpico, na sequência do adiamento dos Jogos de Tóquio2020.

"Podem estar descansados os atletas da missão olímpica e da missão paralímpica, porque há a vontade de continuarmos a fazer o que estávamos a fazer, que era dar as melhores condições a todos, para termos uma representação que nos orgulhe nos Jogos", disse o governante.

Na sequência do adiamento de Tóquio2020, hoje decidido devido à pandemia da covid-19, "é evidente que a situação vai obrigar a avaliações, e a repensar os programas de preparação", porque o mundo vive em tempos que "são de mais incertezas do que certezas".

O ciclo olímpico dura quatro anos, tempo durante o qual o Comité Olímpico de Portugal (COP) gere verbas concedidas pelo Governo em bolsas atribuídas a atletas que tenham hipóteses de se qualificarem para os Jogos.

Com o adiamento e a criação de um quinto ano, não só ficaria em aberto a continuidade do apoio a atletas que ainda não conseguiram o apuramento, bem como atira para 2021 a abertura do programa de apoios para o próximo ciclo, com vista a Paris2024, e que de outra forma começaria já no final deste verão.

"Há incertezas nos termos em que serão avaliadas e colocadas as questões no novo cenário, em que termos as coisas vão continuar a acontecer. Mas há uma certeza que é determinante para a tranquilidade de todos, é a de que o Governo estará empenhado e fará tudo para dar todas as condições aos nossos atletas, seus treinadores, a todo o movimento desportivo", acrescentou João Paulo Rebelo.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia de covid-19, anunciaram hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.

"Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021", lê-se no comunicado.

Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada "para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

Em Portugal, há 30 mortos e 2.362 infetados confirmados. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.