O Comité Olímpico Internacional (COI) decidiu hoje não reconhecer a eleição de Viktor Lukashenko, filho do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, como seu substituto no Comité nacional daquele país.

“O Conselho Executivo do COI tomou hoje as seguintes medidas provisórias: não reconhecer a eleição de Viktor Lukashenko como novo presidente, e a eleição de Dmitry Baskov como membro do Conselho Executivo desse comité, mantendo as suas exclusões de todos os eventos do COI, incluindo Jogos Olímpicos”, pode ler-se na nota hoje divulgada, após reunião daquele órgão.

Com vontade de manter contacto com este organismo, que não cumpriu com todas as suas exigências, o COI decidiu ainda manter as medidas que já tinha anunciado em 07 de dezembro de 2020, no caso a suspensão de pagamentos para o Comité Olímpico da Bielorrússia.

A exceção a esta medida prende-se com os pagamentos ligados à preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio2020, adiados para este ano, e Pequim2022 (inverno), com as bolsas a serem pagas diretamente aos atletas.

Foi também pedido às federações internacionais de várias modalidades que garantam a participação de atletas bielorrussos em eventos de qualificação para Tóquio2020, adiados para este verão, sem qualquer “discriminação política”.

A possibilidade de aquele país do leste europeu receber eventos olímpicos futuros fica suspensa, com novo pedido à gestão bielorrussa para que sejam respeitadas todas as medidas e não haja “discriminação política” na participação e seleção de atletas para eventos de qualificação.

Nenhum membro do governo bielorrusso receberá convites para os Jogos Olímpicos, no que é outra das medidas tomadas, com o COI a “continuar a monitorizar a situação”, podendo alterar as medidas tomadas dependendo na evolução da situação.

A posição do COI em dezembro de 2020, e agora mantida após a eleição, foi uma resposta aos múltiplos alertas de desportistas bielorrussos, que se dizem perseguidos pelas suas posições políticas divergentes.

Viktor Lukashenko foi eleito em 26 de fevereiro, substituindo o pai apesar de estar suspenso pelo COI, que hoje reconheceu que algumas medidas foram tomadas para levantar a suspensão decretada em dezembro, mas não o primeiro ponto, o da proteção dos atletas de discriminação.

Alexander Lukashenko, que liderava o organismo desde 1997, e, de acordo com a agência BELTA, vai tornar-se presidente honorário, garantiu que sob a liderança do seu filho, que era até aqui ‘vice’, não existirão problemas como roubos, corrupção ou desvio de fundos, e assegurou que os atletas e treinadores serão tratados de forma “amável”.