A implementação do Plano de Trabalho da União Europeia para o Desporto (2021-2024) e o impacto da pandemia e perspetivas de recuperação para o Desporto estiveram em destaque, na quarta-feira, na reunião de diretores-gerais do Desporto.

A reunião de Diretores-Gerais do Desporto foi organizada no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e liderada pelo presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Vítor Pataco.

A sessão contou com um discurso introdutório por parte do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e contou com a presença de representantes do movimento desportivo, como o presidente dos Comités Olímpicos Europeus, Niels Nygaard, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o secretário-geral do Comité Olímpico Português, José Manuel Araújo, a vice-presidente do Comité Paralímpico Português, Leila Marques, e o presidente da Associação para o Desporto Internacional e Cultura, Mogens Kirkeby.

O impacto da pandemia no desporto e na atividade física, as limitações decorrentes das restrições impostas e as dificuldades das demais organizações e associações desportivas foram reconhecidos.

No comunicado final distribuído, foi consensual a necessidade de aprendizagem mútua entre estados-membros, que, na partilha de informações, experiências e melhores práticas, apoiados na solidariedade adjacente ao projeto Europeu, sinalizaram o atual momento "como uma oportunidade para repensar um futuro assente nas oportunidades decorrentes da dupla transição, verde e digital, contribuindo assim para a construção de um setor resiliente e inovador".

Para que tal seja possível, "o Plano de Trabalho da UE para o Desporto e demais ações e tópicos chave nele identificado deverão dotar os atores desportivos de um sentido de direção, que encontra na Presidência Portuguesa do Conselho da UE a rampa de lançamento para a implementação deste programa de quatro anos que ambiciona a retoma e relançamento do desporto".

"Este percurso deverá ser realizado considerando as especificidades do setor do desporto, em pleno respeito pela autonomia e independência de um movimento desportivo, que deverá ser envolvido e tido em conta nas considerações e políticas desportivas dos estados-membros, bem como amplamente consultado ao nível Europeu", pode ler-se.

Os intervenientes sinalizaram por diversas vezes a importância dos programas setoriais da União Europeia para o relançamento e recuperação do desporto.

"Consideradas as circunstâncias atualmente enfrentadas, os intervenientes declararam ser fulcral a flexibilização e diversificação dos fundos atribuídos, tendo ainda reforçado a necessidade de priorizar o desporto nos planos de recuperação e resiliência de cada país", acrescentam.

Aqueles diretores-gerais debruçaram-se ainda sobre o tópico da Diplomacia Desportiva, que, a par da inovação desportiva, se constitui como grande prioridade da Presidência Portuguesa para o desporto.

A discussão procurou aprofundar os contributos providenciados no debate de orientação dos ministros do Desporto da UE, que ocorreu no passado dia 18 de maio, no âmbito do Conselho Educação, Juventude, Cultura e Desporto. Esta abordagem à Diplomacia Desportiva deu continuidade aos trabalhos iniciados em 2016, sob a presidência eslovaca, com a adoção de conclusões do Conselho sobre Diplomacia Desportiva e o estabelecimento de um grupo de alto nível.

"De forma geral, foi sinalizado o papel do desporto na construção de pontes entre pessoas, culturas e nações. Rompendo barreiras linguísticas sociais, culturais e políticas, o desporto e a diplomacia desportiva são uma poderosa ferramenta para a inclusão social, não-discriminação, tolerância e respeito pelos direitos humanos. Este deverá ser o mínimo denominador comum para a projeção da União Europeia e respetivos valores, potencialmente preconizados no palco internacional através da diplomacia desportiva", conclui a nota.

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