A morte de George Floyd, após uma intervenção policial violenta, continua a abalar os EUA. O afro-americano de 46 anos, morreu na noite de segunda-feira em Minneapolis, 25 de maio, depois um dos agentes da polícia ter pressionado o seu pescoço com o joelho durante quase nove minutos. A divulgação das imagens na internet chocou a América e o Mundo, e levou a várias manifestações no país mas também um pouco por todo o mundo.

Desde então, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia. Pelo menos 4.100 pessoas foram detidas nos protestos nos Estados Unidos que se seguiram à morte de George Floyd na segunda-feira, de acordo com uma contagem realizada pela AP.

Bundesliga de joelhos por Floyd

O mundo do desporto uniu-se no pedido de justiça para com George Floyd. Não só nos Estados Unidos da América mas, um pouco por todo o mundo, vários desportistas negros insurgiram-se contra a violência policial nos EUA para com os afro-americanos e latinos.

Na Bundesliga, o internacional inglês Jadon Sancho mostrou a mensagem "Justice for George Floyd" ("Justiça para George Floyd") numa camisola, depois de marcar um dos seus três golos na vitória do Borussia Dortmund frente ao Paderborn.

Sancho foi um dos jogadores da Bundesliga a homenagear George Floyd no passado fim de semana. No sábado, o norte-americano Weston McKennie, do Schalke 04, usou uma braçadeira com a mensagem "Justice for George" em campo. Mais tarde, no Twitter, o futebolista do Schalke 04, explicou o seu gesto.

"Poder usar esta visibilidade para chamar a atenção sobre um problema que já dura há muito tempo é ótimo. Defendemos o que acreditamos e acho que é hora de nos ouvirem", escreveu no Twitter.

No mesmo dia, o marroquino Achraf Hakimi, do Borussia Dortmund, também mostrou a mensagem "Justiça para George Floyd", escrita numa t-shirt que estava por baixo da sua camisola.

Marcus Thuram, avançado francês do Borussia Mönchengladbach, não só contribuiu com dois golos na vitória da sua equipe sobre o Union Berlin (4-1), como também protestou contra a morte de George Floyd. Após marcar, Marcus Thuram ajoelhou-se no relvado, num gesto que foi popularizado por Colin Kaepernick, jogador de futebol americano que não quis cantar o hino dos EUA, em protesto contra o racismo, a violência policial, a injustiça racial e opressão contra os negros. Marcus Thuram é negro, filho de Lilian Thuram, antigo jogador, campeão do Mundo e da Europa pela França, atualmente embaixador da UNICEF e uma das vozes mais ouvidas contra o racismo.

O britânico Lewis Hamilton foi mais duro e usou as redes sociais para atacar o silêncio das "maiores estrelas" do mundo da Fórmula 1, "dominada por brancos". "Alguns de vocês estão entre as maiores estrelas e ainda assim permanecem calados diante da injustiça", escreveu o condutor da Mercedes na rede social Instagram. "Ninguém mexe um simples dedo no meu setor, que é verdadeiramente um desporto dominado por brancos. Eu sou uma das únicas pessoas de cor lá, ainda estou sozinho", acrescentou o piloto britânico de 35 anos.

Já Michael Jordan denunciou o "racismo enraizado" nos Estados Unidos, sublinhando estar "profundamente entristecido, a sofrer genuinamente", dizendo-se "ao lado daqueles que se manifestam contra o racismo e a violência contra pessoas de cor no país".

"Devemos procurar expressar-nos pacificamente contra a injustiça e exigir o reconhecimento de responsabilidades", afirmou.

EUA: Desporto foi à rua pedir justiça por George Floyd

Nos EUA, várias estrelas do desporto saíram à rua em protesto contra a morte de George Floyd. Atletas da NBA, NFL, ténis estiveram em Minneapolis e em Atlanta nos protestos contra o racismo e a violência policial contra negros nos EUA.

Naomi Osaka, número 10 do mundo no ténis e mulher mais bem paga no último ano, os ex-jogadores Darrell Thompson (NFL) e Tyrone Carter (campeão do Super Bowl em 2008 pelo Pittsburgh Steelers), Royce White e Stephen Jackson (NBA); e os atletas da NBA, JR Smith (agente livre), Karl-Anthony Towns (Minnesota Timberwolves), Jordan Clarkson (Utah Jazz), Justin Anderson (Philadelphia 76ers) e Malcolm Brogdon (Indiana Pacers) foram até Minneapolis Protestar contra a morte de George Floyd. Jaylen Brown (Boston Celtics) marcou presença nos protestos na Georgia.

Stephen Jackson, jogador que atuou em várias equipas da NBA como Clippers, Spurs, Bucks, Warriors, Pacers, Nets e Charlotte, também saiu às ruas para lamentar a morte do seu "irmão gêmeo". Stephen Jackson, que tem colocado várias publicações nas redes sociais, era o melhor amigo de George Floyd, ele que cresceu com George Floyd em Houston, no Texas.