Questionado pelo SAPO Desporto sobre se o dérbi se trata do jogo da época para o Sporting, Tonel reconhece que "seria mau" os leões não ganharem a competição, tendo em conta que o objetivo campeonato está fora de órbita. Em relação à eliminatória, o agora treinador considera que está tudo em aberto.

"É um jogo muito importante, não vale a pena dizer que não. Quem está dentro tenta sempre desvalorizar um pouco. Agora este jogo é muito importante. O campeonato está praticamente impossível e o Sporting tem a possibilidade de ganhar a Taça, que é a segunda competição em termos nacionais. E o Sporting, como clube grande, só tem essa competição para poder ganhar e podendo não ganhar, seria mau, mas está tudo em aberto".

A derrota frente ao Aves na final do ano passado, na ressaca dos acontecimentos em Alcochete ainda paira na memória dos adeptos sportinguistas. Um triunfo sobre o Benfica, e o regresso ao Jamor seria uma forma de fazer as pazes com o passado recente, considera o antigo central.

"Regresso ao Jamor? Ainda mais motiva os jogadores do Sporting. A forma como as coisas aconteceram no ano passado no Jamor foi muito injusto para os jogadores e para o próprio clube. Jogar aquela final depois do que se tinha passado uns dias antes podia deixar marcas. Se a tivesse ganho era uma coisa, agora perdendo ficou encravada, digamos assim. Agora o Sporting tem a possibilidade de voltar, acho que a eliminatória está num 50/50, tudo em aberto quer para o Benfica, quer para o Sporting. E quanto a mim, as duas equipas tem as mesmas possibilidades para estarem no Jamor no final de época".

A derrota pesada frente ao Benfica em Alvalade por 4-2, já faz parte do passado, até porque nos dérbis, pouco importa o que as equipas fizeram até aí, atira Tonel.

"Os jogadores sabem que nos jogos entre equipas grandes há sempre a incerteza e três resultados possíveis independentemente do que tenha sido feito para trás. Neste [jogo] como é a segunda parte de uma eliminatória tem que se olhar para o resultado e neste momento o Benfica está na frente. O jogo começa 0-0 e o 0-0 serve ao Benfica. Mas o Sporting joga em casa, um triunfo por 1-0 chega. Olhando para o jogo da 1.ª Mão, a eliminatória ainda está completamente em aberto e ambas as equipas podem passar à final."

Já o triunfo frente ao rival pode funcionar como tónico até final da temporada.

"Claro que é bom para os jogadores, quer para um lado, quer para o outro. Independentemente do Benfica ter mais duas competições para disputar e tentar ir mais além. Qualquer jogador, e sobretudo o jogador português que valoriza muito a final da Taça porque sabe o ambiente que se vive, sabe o destaque que é dado. Os jogadores do Benfica e Sporting conhecem esses ambientes. É o último jogo da época, e é especial. Acredito que qualquer jogador gosta de estar na final da Taça e ainda mais sendo português."

Sem Bas Dost, fora dos convocados, o antigo jogador do Sporting tem confiança de que Luiz Phellype pode encarnar o papel do holandês na partida frente às águias.

"É uma ausência importante, mas o futebol é mesmo isto. Os planteis de futebol não têm só 11 ou 12 jogadores, são 20 e muitos. O Sporting não tem o Bas Dost, mas tem outros como o Luiz Phellype, que ainda no outro jogo fez dois golos e está mais confiante. As coisas não lhe estavam a correr bem, andava à procura do golo, agora fez dois em Chaves. Acredito que possa entrar agora numa boa fase e mais confiante do que quando chegou. E as equipas são mesmo assim, quando não está um jogador, tem que estar outro."

A polémica em torno da despenalização de Ristovski, depois da expulsão em Chaves, tem estado na ordem do dia. Ora na opinião de Tonel, o treinador tem que trabalhar a equipa com e sem o defesa macedónio.

"Para o treinador é complicado gerir isso, tem que preparar a equipa para as duas situações. O Sporting recorreu na decisão, pode ganhar, pode perder, mas o treinador terá que preparar a equipa jogando o Ristovski ou jogando outro. São situações que acontecem."

O Sporting recebe, esta quarta-feira, o Benfica em partida a contar para a 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.